Grupo bolsonarista acampado em Brasília está armado para "própria proteção", diz líder

A informação foi divulgada pela organizadora da ação extremista, Sara Winter, em entrevista à BBC News Brasil

A ativista bolsonarista conhecida como Sara Winter afirmou em entrevista ao portal de notícias BBC News Brasil que o grupo político extremista “300 do Brasil”, acampado nos gramados da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, está armado. Na entrevista, nesta terça-feira, 12, ela afirma que as armas são para “própria proteção do grupo”.

Sara, cujo verdadeiro sobrenome é Geromini, afirmou ao portal: "Em nosso grupo, existem membros que são CACs (Colecionador, Atirador e Caçador), outros que possuem armas devidamente registradas nos órgãos competentes. Essas armas servem para a proteção dos próprios membros do acampamento e nada tem a ver com nossa militância". Não fica claro, porém, se os membros possuem direito a porte de armas de fogo ou apenas à posse.

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O grupo político liderado por Sara tem sido alvo de contestações na Justiça após suspeitas de atividades paramilitares. O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) chegou a entrar com uma ação na Procuradoria-Geral da República (PGR) na última semana para abertura de inquérito sobre o movimento, acusando-o de formação de milícias.

O Supremo Tribunal Federal (STF) optou por acatar a sugestão de investigação a fim de descobrir quem seriam os supostos financiadores do movimento, justificando que "a Constituição brasileira veda o financiamento e/ou a propagação de ideias contrárias à ordem constitucional e ao Estado Democrático". A Corte reforçou ainda que práticas que buscassem o rompimento do Estado de Direito são inconstitucionais.

Com um posicionamento extremista, o “300 do Brasil” é liderado por Sara, que pauta, dentre outras ações, o “extermínio da esquerda”. Durante a entrevista à BBC, ela afirmou que o movimento atua sob práticas não violentas e que em momento algum contribuiu na ação de milícias ou em atos que pregam a invasão do STF, ainda que se posicione contra o órgão. Por outro lado, em pelo menos uma manifestação do grupo, ações violentas e a invasão do Supremo Tribunal foram defendidas por participantes do movimento.

Sara protestou diante dos questionamento sobre o porte de armas pelo grupo. Ela mencionou, ironizando, o fato de que os membros do Movimento Sem Terra (MST), nunca sofreram tais acusações, ainda que, segundo ela, também portem armas e facões. Questionada quanto aos objetivos do grupo, Sara destacou o recrutamento de voluntários e a luta pelo resgate da "Soberania Nacional", respeito à repartição de Poderes e plena execução do pacto federativo, governabilidade do Poder Executivo, sem interferências de uma “ditadura judicial”, representada pelo STF.

Sara foi candidata derrotada a deputada federal no Rio de Janeiro nas últimas eleições e hoje se autointitula “conferencista internacional”. Ela propaga, junto ao movimento e em suas redes sociais, a ideia da criminalização de ações de esquerda, que afirma serem comunistas e de “intervenção popular”. Ela também é contra o feminismo e defende a liberação do porte de armas pela população. 

Sara não respondeu quanto ao posicionamento do presidente da República Jair Bolsonaro em relação ao grupo, mas destacou que o movimento recebe apoio moral de deputados da base aliada do Governo.

 

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