"A fita era para ser destruída", afirma Bolsonaro sobre gravação de reunião ministerial

O conteúdo foi exibido nesta manhã no Instituto de Criminalística da Polícia Federal, em Brasília, após ser entregue à Polícia Federal pelo ministro do STF Celso de Mello, relator do inquérito que apura suposta interferência do presidente no trabalho da PF

18:14 | Mai. 12, 2020

Por: Filipe Pereira
Bolsonaro defendeu que após exibição no inquérito, o vídeo deveria ser destruído (foto: Marcos Corrêa / PR)

Em declaração a jornalistas na tarde desta terça-feira, 12, em frente ao Palácio do Planalto, o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) disse que a gravação da reunião ministerial de 22 de abril deveria ter sido “destruída”. O conteúdo foi exibido nesta manhã no Instituto de Criminalística da Polícia Federal, em Brasília e é mencionado pelo ex-ministro Sergio Moro como prova de que o presidente da República teria tentado interferir na Polícia Federal.

"Em reunião ministerial, sai muita coisa. Agora, não é para ser divulgada. A fita era para ser destruída — após aproveitar imagens para divulgação, ser destruída. Não sei por que não foi. [Inaudível] Poderia ter falado isso (que a fita foi destruída)? Poderia. Mas jamais eu ia faltar com a verdade. Por isso, resolvi entregar a fita. Se eu tivesse falado que foi destruída, iam fazer o quê? Nada. Não tinha o que falar", afirmou o presidente

O HD externo (dispositivo que armazena dados de um computador) com o vídeo de reunião presidencial citada por Sergio Moro em depoimento foi entregue à PF pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello, na tarde desta segunda-feira, 11. Ele foi sorteado relator do inquérito sobre as acusações do ex-ministro contra Bolsonaro, pedido pela Procuradoria-Geral da República.

Segundo Bolsonaro, o "vazador" do vídeo está "prestando desserviço", e a imprensa está divulgando "fake news" sobre o assunto. Fontes dos jornais Folha de São Paulo e O Globo afirmam que o arquivo revela que Bolsonaro queria mudar comando da Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro para proteger familiares.