Carla Zambelli se defende de acusações de Moro e diz que "não é ninguém" para prometer vaga no STF
Uma conversa entre ela e o ex-ministro foi divulgada no Jornal Nacional como prova das acusações de interferência política no comando da Polícia Federal
08:57 | Abr. 25, 2020
A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), publicou um vídeo em seu perfil no Facebook para se colocar diante das acusações de Sergio Moro. Ela foi a segunda pessoa presente nas conversas divulgadas pelo ex-ministro da justiça, como envolvida nas interferências políticas supostamente conduzidas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Polícia Federal (PF). As conversas foram divulgadas no Jornal Nacional (JN) pelo próprio Moro. No trecho em que é mencionada, segundo Moro, Carla teria prometido uma vaga no STF em troca da colaboração dele. Carla negou que o real intuito da mensagem fosse este. “Eu não sou ninguém para prometer um cargo no STF”, afirmou.
No vídeo, publicado no Facebook da deputada, ela mostra mais da conversa divulgada por Moro ao JN e justifica suas falas afirmando que entrou em contato com o então ministro da justiça para tentar se colocar como uma mediadora entre ele e Bolsonaro. O objetivo das mensagens, segundo ela, foi de se colocar à disposição do ministro para ser uma ponte conciliadora entre as partes. Ela chegou a se referir ao ato de Moro como uma “trairagem” e como um “crime”.
Quanto a menção a Alexandre Romagem exposta na conversa vazada por Moro. Ela afirma que citou Romagem na conversa apenas por Moro e Bolsonaro já terem mencionado ele como um bom nome para assumir a diretoria geral da PF em momento anteriores. No que diz respeito à citação da vaga no STF, ela afirmou que estava reconhecendo o Supremo como “devido lugar” de Moro, por sua trajetória e trabalho desenvolvido até então e que pretendia ajudá-lo a chegar no cargo. Mas, que em momento algum, garantiu a vaga ao ex-ministro e que nem o poderia por uma questão hierárquica.
Carla continua sua defesa ao afirmar que estava se colocando apenas como uma amiga, já que Moro é também seu padrinho de casamento. “Eu só tava pedindo: Por favor, fica no governo”, justificou ao mencionar que em momento algum teria prometido qualquer ganho financeiro à Moro em troca de sua colaboração.
“Quando ele escreveu que não estava a venda, eu percebi que tinha algo estranho”, reforçou a deputada. No vídeo ela ainda questiona a atitude de Moro ao afirmar que ele não possuía nenhum mandado para divulgar as conversas com ela ou com o presidente. Ela finaliza seu posicionamento afirmando que se manterá ao lado de Bolsonaro “até o fim”.