MP denuncia ex-deputado Cabo Sabino por crimes durante motim de PMs no Ceará
Segundo o órgão, Sabino utilizou-se de motins das tropas militares estaduais, liderando, em regime de coautoria, na condição jurídico-militar de "cabeça", a situação criminosa de Revolta.
17:36 | Mar. 11, 2020
O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) denunciou nesta quarta-feira, 11, o ex-deputado Cabo Sabino, por crimes durante a paralisação de motins de policiais militares no Ceará que teve fim no dia 1º de março, após 13 dias. Segundo o documento, o ex-parlamentar utilizou-se de motins das tropas militares estaduais, liderando, em regime de coautoria, na condição jurídico-militar de “cabeça”, a situação criminosa de Revolta.
Segundo o MP, Sabino já anunciava há meses um "cenário de ilegalidades", devido a participação em reuniões para deliberar sobre eventual paralisação das atividades de segurança pública, caso os valores remuneratório não lhes “agradassem”. Segundo o documento, percebeu-se o teor "instigador' e "conclamador" do denunciado, o qual estimulou seus seguidores das redes sociais a iniciarem o movimento grevista.
A denuncia também afirma que "o militar denunciado de há muito já anunciava ser este o seu intento". O texto faz menção aos conteúdos publicados no Facebook durante antes e durante a paralisação. "Assim, valendo-se dos meios de comunicação, notadamente a rede social “Facebook”, publicou vídeo o qual intitulou ser um “papo honesto”.
O MP também denunciou o ex-deputado por pagar em dinheiro mulheres que teriam integrado os motins ilegais realizados por policias militares no estado. Em vídeo que passou a circular no dia 20 de fevereiro, Sabino apareceu cercado por um grupo de mulheres que esperavam ele pegar uma quantia de dinheiro dentro de seu carro e distribuir para as presentes. O episódio aconteceu na calçada da Assembleia Legislativa do Ceará (ALCE).
"O MP também Ante o evidente fracasso da manifestação matutina, percebe-se que o denunciado CABO SABINO ajuntando-se com outra “cabeça” da revolta, NINA CARVALHO, sendo esta liderança da Associação das Esposas dos Militares do Ceará, e de lá indo ambos com o plano de manobrar a massa de mulheres que se intitulavam “esposas de militares” e dirigiram-se para o aquartelamento do 18º BPM"
Sabino teve mandado de prisão revogado pelo juiz Roberto Soares Bulcão Coutinho. O magistrado apontou que Sabino não oferecia risco à ordem pública, mas determinou que ele fique seis meses distante de quartéis. O governador Camilo Santana (PT) afirmou indignação com a revogação e criticou nas redes sociais decisão judicial.