Mesmo com corte de salário, Batalhão tem policiais com rosto coberto e carros com pneus secos
São cerca de 60 viaturas paradas e 15 veículos, entre base móvel e motos, no Antônio BezerraApesar do anúncio pelo Governo do Ceará de que os policiais que aderiram ao movimento serão excluídos da próxima folha de pagamento, a ser paga no início de março, referente a fevereiro, segue a movimentação em frente ao 18º Batalhão de Polícia Militar, no bairro Antônio Bezerra. No local, há viaturas com pneus esvaziados para que não possam circular. Policiais no local usam balaclavas para não serem identificados. Há vários policiais no local.
No Antônio Bezerra, O POVO constatou haver cerca de 60 viaturas paradas, além de cerca de 15 veículos entre base móvel e motos.
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A circulação dos ônibus e o movimentos nos terminais é normal nesta manhã.
Segundo o deputado estadual Soldado Noélio (Pros), o movimento não irá parar em função do anúncio de corte de salário. "Todo movimento desse tipo, de trabalhadores, acontece esse tipo de ameaça. Trabalhadores estão aqui e pretendem permanecer", disse.
Noelio disse que houve tentativa de negociação com o governo. O deputado informou que ligou para o líder do governo Camilo Santana (PT), Júlio César Filho (Pros), pedindo negociação e se dispondo a ajudar no que for possível para um entendimento.
Ele disse ainda que as entidades tentaram mediar para não chegar à paralisação, mas a própria categoria não aceitou. "Os policiais não queriam estar fazendo isso. A categoria não aguenta. É a resposta dos policiais e bombeiros militares. Espero que o governo tenha humildade." Noelio espera uma resposta "o mais rápido possível."
Ele afirma que a paralisação adquiriu dimensão muito grande em comparação com o movimento de 2011/2012. Segundo ele, para chegar ao atual nível de adesão, naquela época demorou dois ou três dias. Ele ressalta que os profissionais que protestam "ajudaram a reduzir violência em nosso Estado em mais de 50%."
Entenda a situação
Diante de uma crise salarial, policiais militares, bombeiros e esposas se articulam visando promover um reajuste salarial que atenda as demandas da categoria. Após a primeira proposta de pacote divulgada na última sexta-feira, 31 de janeiro, as associações protestaram em frente a Assembleia Legislativa (ALCE). No mesmo dia, parlamentares considerados como representantes dos agentes de segurança foram recebidos pelo governador Camilo Santana (PT), no Palácio da Abolição.
A desembargadora Francisca Adelineide Viana suspendeu, no último dia 5, decisão que proibia a prisão de policiais e bombeiros militares do Estado. A ação era da Associação das Praças do Estado do Ceará (ACSMCE) e a decisão direcionada ao Comandante-Geral da Polícia Militar do Estado do Ceará e comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará, além do Controlador Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública.
Em nova reunião, que aconteceu na quinta-feira, 13, o acordo prevê o pagamento de R$ 346 milhões em reajuste salarial a policiais militares e bombeiros. Outros R$ 149 milhões oriundos de gratificações, como horas extras e recompensas, serão incorporados ao salário, totalizando gastos de R$ 495 milhões. Esse valor será pago em três parcelas; em março de 2020 (40%), março de 2021 (30%) e março de 2022 (30%). Agora, o salário final do soldado ficará de R$ 4.500 ao final de 2022, um acréscimo de quase R$ 300 acima do sugerido pela proposta inicial.
>> Governo e policiais chegam a um acordo sobre reajuste salarial
Na tarde de ontem, 17, o Ministério Público do Ceará (MPCE) entrou com uma Ação Civil Pública (ACP) contra associações de segurança pública em virtude da possibilidade de paralisação dos serviços. Foram notificadas pelo Ministério: Associação dos Profissionais de Segurança Pública (APS), Associação dos Praças do Estado do Ceará (Aspra), Associação dos Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiro Militar do Estado do Ceará (Assof), Associação de Praças da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (Aspramece) e Associação Beneficente dos Subtenentes e Sargentos (ABSS).
>> MP entra com ação contra entidades de militares por ameaça de greve no Ceará
Durante reunião na Assembléia Legislativa nesta terça-feira, 18, o Governo afirmou que "vai honrar o que foi combinado" sobre a tramitação da nova proposta salarial. Segundo o líder do governo na AL-CE, Júlio Cesar Filho, o projeto de reajuste salarial será mantido e, se não tiver pedido de vistas, poderá ser votado já na quinta-feira, 27, após o carnaval.
Acompanhe a cobertura do protesto dos policiais
19/2- 10h16min - Ruas de batalhões da Polícia Militar são bloqueadas com viaturas
19/2 - 9h59min - Esposas mantêm policiais "presos" em Batalhão em Caucaia
19/2 - 6h05min - Ônibus circulam normalmente nesta manhã em Fortaleza
19/2 - 0h40min - Presidente da Associação dos Profissionais de Segurança pede exoneração do cargo
18/2 - 23h18min - Batalhão de Polícia de Caucaia tem portões fechados e viaturas paradas
18/2 - 22h13min - Policiais envolvidos em atos não receberão o próximo salário
18/2 - 21h18min - Policiais civis não aderem à paralisação, diz sindicato da categoria
18/2 - 21h07min - Policiais foram presos em flagrante e autuados em artigo do Código Penal Militar
18/2 - 13h30min - Noelio nega movimento grevista e acusa ação do MP de "pressão da Justiça"
17/2 - 11h52min - MP entra com ação contra entidades de militares por ameaça de greve no Ceará
14/2 - 1h30min - Policiais não aceitam proposta de reajuste acordada em reunião
13/2 - 16h38min - Governo e policiais chegam a um acordo sobre reajuste salarial
10/2 - 15h16min - Noelio diz que definição de novos salários precisa sair até Carnaval
10/2 - 18h13min - Sem acordo, policiais, bombeiros e Governo marcam nova reunião
6/2 - 14h43min - Governo convoca reunião imediata para discutir proposta com manifestantes
6/2 - 11h26min - Manifestantes bloqueiam avenida em protesto à reestruturação salarial
6/2 - 10h20min - Policiais e bombeiros fazem protesto em frente à Assembleia; via é interditada