Roberto Alvim é demitido da Secretaria da Cultura após propaganda nazista
Conib e Embaixada da Alemanha condenaram a fala de Alvim
11:32 | Jan. 17, 2020
O presidente Jair Bolsonaro decidiu demitir o secretário de Cultura, Roberto Alvim, após a polêmica referências ao nazismo em vídeo divulgado nas redes sociais. Segundo informações de O Estado de S. Paulo, auxiliares próximos de Bolsonaro disseram que a situação de Alvim ficou "insustentável".
A Confederação Israelita do Brasil (Conib) lançou nota na manhã desta sexta-feira, 17, dizendo ser "inaceitável o uso de discurso nazista" pelo secretário da Cultura, Roberto Alvim.
Em vídeo de lançamento do Prêmio Nacional das Artes, nesta quinta-feira, 16, ele parafraseou famoso discurso do ministro da Propaganda de Adolf Hitler, Joseph Goebbels. Leia aqui.
"Emular a visão do ministro da Propaganda nazista é um sinal assustador da sua visão de cultura, que deve ser combatida e contida. Goebbels foi um dos principais líderes do regime nazista, que empregou a propaganda e a cultura para deturpar corações e mentes dos alemães e dos aliados nazistas a ponto de cometerem o Holocausto, o extermínio de 6 milhões de judeus na Europa, entre tantas outras vítimas. O Brasil, que enviou bravos soldados para combater o nazismo em solo europeu, não merece isso. Uma pessoa com esse pensamento não pode comandar a cultura do nosso país e deve ser afastada do cargo imediatamente", diz a nota da Conib.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu no Twitter o afastamento "urgente" de Roberto Alvim do cargo. "O secretário da Cultura passou de todos os limites. É inaceitável. O governo brasileiro deveria afastá-lo urgente do cargo".
O secretário da Cultura, que é dramaturgo, defendeu-se, no Facebook. "O que a esquerda está fazendo é uma falácia de associação remota com uma coincidência retórica em UMA frase sobre nacionalismo em arte, estão tentando desacreditar todo o Prêmio Nacional das Artes. É típico dessa corja".
A Embaixada da Alemanha no Brasil destacou oposição a qualquer tentativa de glorificar o nacional-socialismo:
— AlemanhanoBrasil (@Alemanha_BR) January 17, 2020