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Líder do PCC diz que tinha "diálogo cabuloso" com o PT e critica Moro

Partido diz que se trata de armação
13:33 | Ago. 09, 2019
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Tipo Notícia

Líder da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) afirmou, em conversa interceptada pela Polícia Federal, afirmou que a facção tinha "diálogo cabuloso" com o PT. Ele fez ainda ataques ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. As conversas ocorreram em abril e foram flagradas pela Operação Cravada, deflagrada na última terça-feira, 6. As mensagens foram divulgadas pelo blog do Fausto do Macedo, do Estado de S.Paulo.

A Polícia Federal aponta no relatório que foram encontrados "indicativos de vínculos" do PCC com partidos políticos, "o que nesse momento não está dentro dos objetivos da investigação", aponta o documento.

Em diálogos gravados de Alexsandro Roberto Pereira, conhecido como "Elias" ou "Veio", ele afirma: "A gente sabe que esse governo que veio irmão, esse governo aí ô, os cara começou o mandato agora, irmão, agora que eles começaram o mandato, os caras têm quatro ano aí pela frente, irmão".

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Pereira prossegue: "Os caras tão no começo do mandato dos cara, você acha que os cara já começou o mandato mexendo com nois irmão. Já mexendo diretamente com a cúpula, irmão. O… o… quem tá na linha de frente. Então, se os cara começou mexendo com quem estava na linha de frente, os caras já entrou falando o quê?"

Ele cita diretamente o ministro Sergio Moro: "Com nois já não tem diálogo, não, mano. Se vocês estava tendo diálogo com outros, que tava na frente, com nois já não vai ter diálogo, não. Esse Moro aí, esse cara é um filha da puta, mano. Esse cara aí é um filha da puta mesmo, mano. Ele veio pra atrasar".

Então, vem a menção ao PT. "Ele começou a atrasar quando foi pra cima do PT. Pra você ver, o PT com nois tinha diálogo. O PT tinha diálogo com nois cabuloso, mano, porque… situação que nem dá pra nois ficar conversado a caminhada aqui pelo telefone, mano. Mas o PT, ele tinha uma linha de diálogo com nois cabulosa, mano…".

A conversa, conforme a Polícia Federal, ocorreu em 22 de abril. O interlocutor de Alexsandro Roberto Pereira era Willians Marcondes Ferraz, conhecido como "Rolex". Os dois têm posição hierárquica similar na estrutura da facção, com controle de contas bancárias usadas para movimentar dinheiro de tráfico de drogas. Eles foram transferidos para presídios federais.

PT diz ser armação

Em nota, a assessoria do PT negou diálogo com criminosos.

Leia na íntegra:

"Esta é mais uma armação como tantas outras forjadas contra o PT, e vem no momento em que a Polícia Federal está subordinada a um ministro acuado pela revelação de suas condutas criminosas. Quem dialogou e fez transações milionárias com criminosos confessos não foi o PT, foi o ex-juiz Sergio Moro, para montar uma farsa judicial contra o ex-presidente Lula com delações mentirosas e sem provas. É Moro que deve se explicar à Justiça e ao país pelas graves acusações que pesam contra ele.

"Assessoria de Imprensa do Partido dos Trabalhadores, 9 de agosto de 2019."

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