Governadores criticam reforma publicamente e a apoiam em conversas com o Governo, diz Joice Hasselmann
A deputada ainda cita os parlamentares de centro que se negam a votar estados e municípios usando uma "lógica política"
08:20 | Jul. 02, 2019
A líder do Governo no Congresso, Joice Hasselmann, disse nesta segunda, 1º, que governadores da oposição, em especial do PT, pedem a inclusão de estados e municípios no texto. “Dizem que é uma Previdência injusta, cruel, que vai tirar dos mais pobres… E aí, quando ficam numa sala fechada, dizem ‘oi, eu preciso da reforma, me ajudem a resolver meu problema’”.
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“Eu digo ‘Ah, é, bonitão? A gente quer, mas precisa de votos. O Governo mandou uma reforma completa, com estados, municípios, capitalização, tudo’. Mas iniciou-se uma guerra político-ideológica da Previdência”, prossegue.
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A deputada ainda cita os parlamentares de centro que se negam a votar estados e municípios usando uma “lógica política”. Ela declara que isso ocorre porque eles se “prestam a tudo, menos ao suicídio político”.
A pesselista explica também que tenta dialogar com a oposição, inclusive deputados e governadores do PT, porque “todo voto é voto”. Como exemplo, ela ainda lembra que a reforma de Fernando Henrique Cardoso não foi aprovada por causa de um voto.
Joice diz também que o Governo tem uma “guerra de comunicação” para vencer. Para a deputada, comentários de que “a reforma vai acabar com a aposentadoria, tirar dos mais pobres, beneficiar os mais ricos’”, entre outras análises, tratam-se de “fake news” (notícias falsas) e podem ser negativos para a iniciativa.
Estados e municípios podem ficar fora da reforma da Previdência
Entidades de representação dos servidores públicos dos estados e dos municípios pressionam a comissão especial da Previdência para não incluí-los no texto da reforma. Por isso, a proposta enfrenta resistência por parte dos parlamentares.
Entre as modificações que as regras contidas na Proposta de Emenda à Constituição número 6 impõem, estão a determinação de idades mínimas iguais às dos trabalhadores do setor privado, que é de 62 anos para mulheres e 65 para homens. Além disso, faz com que seja cobrada uma alíquota progressiva, que cresce à medida que o salário e a aposentadoria são aumentam.
Apesar do risco, o líder do Governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO) informa que, caso a proposta de inclusão desse grupo seja rejeitada na Casa, o Governo não sofre grandes prejuízos.
“Com a decisão que foi tomada pelos líderes, se inverteu a lógica. Como neste momento, a tendência é que Estados fiquem fora do relatório, quem tem que conseguir os votos para reincluí-los no destaque que vai ser proposto são aqueles que estão interessados”, disse após reunião com o relator da reforma, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP).
Este, deve se reunir com governadores e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), na manhã dessa terça, 2, para tentar um acordo.