Mourão chama militar preso com 39 kg de cocaína de "mula qualificada"
Identificado como Manoel Silva Rodrigues, o militar é segundo-sargento e faz parte do Grupo de Transportes Especiais (GTE) da Força Aérea Brasileira (FAB). O militar tinha 39 quilos, divididos em 37 tabletes,
21:07 | Jun. 26, 2019
O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta quarta-feira, 26, que o militar preso com 39 quilos de cocaína estava trabalhando como uma “mula qualificada”, devido à quantidade de drogas que transportava. Mourão ainda disse que o militar não embarcaria no voo de ida do presidente Jair Bolsonaro (PSL) ao Japão, mas na volta. As informações são do jornal O Estado de São Paulo, o Estadão.
“O que acontece quando tem essas viagens, vai uma tripulação que fica no meio do caminho, então, quando o presidente voltasse do Japão, essa tripulação iria embarcar no avião dele. Então seria Sevilha-Brasil”, disse Mourão à imprensa. Com o ocorrido, o governo brasileiro decidiu modificar a escala do presidente de Sevilha para Lisboa.
Identificado como Manoel Silva Rodrigues, ele é segundo-sargento e faz parte do Grupo de Transportes Especiais (GTE) da Força Aérea Brasileira (FAB). O militar tinha 39 quilos, divididos em 37 tabletes, de acordo com o jornal espanhol Diario de Sevilla. Sua prisão foi realizada nesta terça-feira, 25. Ele fez cinco viagens no avião presidencial desde 2011, três no governo Bolsonaro e duas na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff.
Em nota, a Secretaria de Comunicação da Presidência afirmou que o militar não estaria na Comitiva Presidencial. “O militar não trabalha na Presidência da República e não estaria na Comitiva Presidencial. Ele pertence ao Grupo de Transportes Especiais da Força Aérea Brasileira e exerce função de comissário de bordo”.
“Vai ter uma punição pesada”
O vice-presidente disse que as Forças Armadas “não estão imunes a esse flagelo da droga”, em entrevista à Rádio Gaúcha. “Isso não é a primeira vez que acontece, seja na Marinha, seja no Exército, seja na Força Aérea. Agora a legislação vai cumprir o seu papel e esse elemento vai ser julgado por tráfico internacional de drogas e vai ter uma punição bem pesada”, afirmou.
Ao falar novamente com a imprensa, Mourão repetiu que a corporação não está imune a situações como essa. “Foi o que falei hoje, essa questão do tráfico de drogas atinge a sociedade como um todo, e as forças armadas não é um agrupamento que vieram de Marte, eles pertencem aqui a nossa população e estão sujeitas, a toda... seja para o consumo seja para o tráfico”.
A prisão do segundo-sargento ocorreu na escala na Espanha, durante o trajeto para o Japão. O militar preso embarcou em Brasília, no avião reserva da Presidência, o Embraer 190, do GTE, da Força Aérea. A aeronave transportava três tripulações de militares para a missão presidencial.