Ato em defesa da Educação acontece na tarde desta quinta na Praça da Gentilândia, em Fortaleza
A organização do evento teve início às 14 horas na Praça da Gentilândia e deve seguir até a Concha Acústica da Universidade Federal do Ceará (UFC), onde ato cultural será realizado
14:11 | Mai. 30, 2019
Atualizada às 18h06min
Na tarde desta quinta-feira, 30, novas manifestações em defesa da Educação são realizadas no País. Em Fortaleza, o ato começou às 14 horas, na Praça da Gentilândia, e deve seguir até a Concha Acústica da Universidade Federal do Ceará (UFC), onde ato cultural será realizado com diversos artistas, entre eles Fernando Catatau e Getúlio Abelha.
O ato em defesa da Educação desta quinta busca seguir os moldes de manifestação anterior, no último dia 15, quando mais de 50 mil pessoas foram às ruas de Fortaleza protestar contra o bloqueio de 30% da verba das universidade e institutos federais, anunciado pelo Ministério da Educação (MEC).
Durante a manhã, municípios do interior do Estado já se articularam em atos a favor da Educação e contra a Reforma da Previdência. Juazeiro do Norte, Itapipoca, Redenção, Itarema e Quixadá tiveram manifestações de estudantes e professores nas ruas.
Presentes na manifestação estão representantes do Levante Popular da Juventude, União dos Estudantes de Fortaleza, União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), União de Estudantes do Ceará; dos partidos PdoCB, PSTU e PT, além de estudantes de instituições como IFCE, UFC e escola Adauto Bezerra, que se localizam próximos ao local de concentração do ato. A reportagem do O POVO não encontrou policiamento acompanhando a manifestação.
Entre os alunos presentes na manifestação, o pensamento foca no futuro. Este é o caso de Maria Eduarda, de 15 anos, aluna do ensino médio no Liceu do Conjunto Ceará. Segundo ela, além de pensar no próprio futuro, a presença na manifestação visava defender o direito à Educação de gerações futuras. "Se as pessoas tivessem mais empatia uns pelos outros, elas perceberiam que a Educação é importante para todos. Todo mundo precisa da Educação", afirmou.
Para o futuro, ela projeta a importância das novas gerações estarem presentes no ato e conscientes do valor da Educação. "Também tem pessoas mais novas que ainda vão entrar no ensino médio que precisam da Educação, que precisam ser impulsionadas para estar aqui com a gente, lutando pela Educação deles. Por isso é tão bom ver crianças aqui", analisou Maria Eduarda.
Seguindo o pensamento da estudante, Italo Moreira, de 18 anos, também considerou o futuro para ir à manifestação. Ele está no primeiro semestre de Medicina pela UFC. Para ele, os cortes já vêm afetando outras universidades e devem afetar a UFC. "A universidade federal é o objetivo de muitos alunos, a gente se prepara durante muito tempo para conseguir uma vaga. Nesse momento a gente se depara com essas dificuldades, em que um governo que tem um projeto que é contrário à Educação e ao direito dos professores impõe uma nova regra de cortes na Educação. Isso com certeza vai nos afetar", disse.
O estudante acredita que é o momento de o atual governo repensar os cortes, já que a produção científica do País é, em sua maioria, proveniente das universidades. "Vim de escola pública, estudei em escola profissional no Interior, na cidade de Mombaça, e eu conheço um pouco das dificuldades que o setor público, como um todo, passa. É um setor bastante sofrido, que já tem uma carência de verbas em muitos setores, e com esse corte a Educação vai ser bastante prejudicada, mais do que ela já carece de investimentos", esclareceu Italo.
Saindo da Praça da Gentilândia, onde se concentrou, a manifestação seguiu pela avenida 13 de Maio, indo até a avenida Domingos Olímpio, onde causou grande engarrafamento. Em seguida, caminharam pela avenida Imperador até a Carapinima. A expectativa é que sigam novamente para a 13 de Maio, onde haverá o encerramento do protesto na Concha Acústica da UFC, com ato cultural. Segundo a organização do ato, o público foi estimado em 100 mil pessoas.
Um casal em uma moto discutiu com manifestantes por não conseguir seguir caminho na avenida, devido ao grande volume de pessoas que ocupavam a via. A mulher chegou a descer do veiculo para confrontar os participantes do ato, que a vaiaram e gritaram palavras de ordem. Ela foi contida pelo condutor da moto, não havendo nenhuma agressão física.
Os manifestantes chegaram na Concha Acústica da UFC no fim da tarde, onde apresentações musicais iriam compor um ato cultural.
Confira galeira de fotos
Confira resumo da tarde de protestos em Fortaleza:
Com informações dos repórteres Jullie Vieira e Nut Pereira