Bolsonaro: "Demos OK para estudo da privatização dos Correios"
As privatizações são um processo defendido pela visão de atuação do novo Governo
12:09 | Abr. 26, 2019
O presidente Jair Bolsonaro anunciou na manhã desta sexta-feira, 26, por meio de sua conta pessoal no Twitter, que o Governo está estudando a privatização dos Correios. De acordo com o presidente, a estatal "foi o início do foco de corrupção com o mensalão", escândalo que aconteceu entre 2005 e 2006, no governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Conforme a apuração da jornalista Cristiana Lôbo, do portal G1, na semana passada, os Correios seriam a última empresa acrescentada na linha de privatização da gestão. As privatizações são um processo defendido pela visão de atuação do novo Governo, em especial pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Ele disse, em palestra na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que as estatais não serão usadas para manter "uma forma equivocada de fazer política."
Demos OK para estudo da privatização dos Correios. Temos que rememorar para a população o seu fundo de pensão. A empresa foi o início do foco de corrupção com o mensalão, deflagrando o governo mais corrupto da história. Com o Foro de SP destruíram tudo nome da Pátria Bolivariana.
As transformações dos Correios
A empresa precisou passar por uma reestruturação após a popularização do comércio virtual, o e-commerce, quando as demandas aumentaram e houve quatro anos seguidos de prejuízos (2013 a 2016). Apesar da mudança, a estatal ampliou o investimento em tecnologia e retomou o lucro em 2017 e 2018. Além disso, chegou ao patamar de 99% da qualidade do serviço ao entregar quase todas as encomendas no prazo correto.
Leia mais
Em entrevista ao O POVO no último dia 7 de abril, Paulo Feldmann, professor de economia brasileira da Universidade de São Paulo (USP), afirmou que negociar os Correios seria uma "loucura". Feldmann argumenta que alguns serviços não podem ser privatizados porque podem prejudicar a população, como é o caso dos setores de energia e logística.
O diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos e Similares do Estado do Ceará (Sintect-CE), Pablo Jonathan Morais, afirmou na reportagem que as decisões que foram tomadas nos últimos anos estão ligadas "a um processo de sucateamento proposital" da empresa. Ele cita como exemplo a extinção do cargo de operador de triagem, no lugar do lugar foi contratada uma empresa terceirizada, que onera os custos e não tem a mesma eficiência.