Três presos e prefeito afastado em Nova Olinda suspeitos de superfaturarem combustível

De acordo com o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), é apurado superfaturamento peculatário nos contratos de abastecimento de combustíveis no município entre 2016 e 2019

Ítalo Brito Sampaio (PP) tomou posse como prefeito interino de Nova Olinda, município distante 409,2 km de Fortaleza, no fim da tarde desta sexta-feira, 15. Ele deve permanecer no cargo por quatro meses, prazo da Câmara Municipal para investigar Afonso Sampaio (PSD), prefeito afastado nesta quinta, 14, suspeito de corrupção em esquema de superfaturamento de combustíveis.

De acordo com o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), é apurado superfaturamento peculatário nos contratos de abastecimento de combustíveis no município entre 2016 e 2019. Os custos chegam a mais de R$ 1 milhão por ano. Por isso, também nesta quinta, foi realizada a operação “Combustível Podre”, cumprindo mandados de prisão temporária contra dois secretários municipais e um empresário de Nova Olinda.

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Também foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão, sendo apreendidos mais de R$ 40 mil em espécie, três armas de fogo, computadores e celulares. As investigações seguem em sigilo. Por isso, o MPCE não informa o nome dos secretários e do empresário presos.

Suposto esquema

Segundo informam as medidas cautelares, a frota de veículos de Nova Olinda não chega a 30 veículos. Porém, em 2017, foi gasto o valor de R$ 1.225.236,14 com combustível. Em 2018, a despesa foi de R$ 1.332.117,97.

No esquema investigado, os motoristas da prefeitura abasteciam diariamente no posto do empresário, com ordens já preenchidas e assinadas. A partir daí, as notas eram superfaturadas, com ordens do secretário.

“O acréscimo no sistema de emissão da nota fiscal da Prefeitura era feita pelo empresário a partir de outros abastecimentos particulares de terceiros, sem nota já emitida ou pedida pelo cliente. Assim, a emissão tornava-se aparentemente legal, aceita pelo sistema da Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz)”, detalhou o MPCE, em nota.

A propina correspondia ao excesso emitido na nota mensal e era retirada do caixa ou do cofre do posto. Os valores transitavam entre R$ 5 mil e 8 mil por mês e eram resgatados pelo secretário.

Prefeito

Afonso Sampaio foi afastado pela Câmara por 9 votos a 2, na noite desta quinta.

A assessoria do prefeito afastado informou que não iria se posicionar sobre o assunto.

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