Ciro Gomes é condenado por chamar Fernando Holiday de "capitãozinho-do-mato"
Indenização foi fixada em R$ 38 mil. Cabe recursoO Tribunal de Justiça de São Paulo condenou Ciro Gomes (PDT) a pagar R$ 38 mil de indenização por danos morais ao vereador paulistano Fernando Holiday (DEM). A sentença em primeira instância saiu nessa quinta-feira, 21. As informações são da Folha de S.Paulo.
Nas redes sociais, Holiday comemorou: “A justiça foi feita e espero que o recado vá à toda esquerda que usa o ódio para atacar seus adversários. Como eles costumam dizer: Não passarão!”.
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Segundo decisão do juiz Domício Pacheco e Silva, que julgou procedente na indenização, "trata-se de quantia que não se mostra ínfima nem exagerada, especialmente se considerada a extrema gravidade das ofensas, disseminadas Brasil afora".
"Considera-se, no ponto, que o réu era pré-candidato à Presidência da República, o que torna ainda mais nefasta sua conduta. E a indenização ora fixada não causará sua ruína, diante da declaração apresentada ao Tribunal Superior Eleitoral, da qual consta um patrimônio de quase dois milhões de reais", diz a sentença.
A defesa de Ciro Gomes diz que não foi oficialmente notificada e por isso não iria comentar.
Entenda o caso
Em uma sabatina na rádio Jovem Pan, em 16 de junho de 2018, Ciro Gomes afirmou que Fernando Holiday era um “capitãozinho-do-mato” e explicou: "A pior coisa que tem é um negro que é usado pelo preconceito para estigmatizar, que era o capitão-do-mato no passado".
A declaração foi dada em resposta a um possível aliança de Ciro com o DEM, nas eleições daquele ano. Ao citar as diferenças entre os dois partidos, o pedetista falou do apoio do DEM ao impeachment de Dilma Rousseff e da atuação de Holiday na Câmara dos Deputados. Logo após a declaração, Holiday denunciou Ciro como racista e disse que iria processá-lo.
Em evento com presidenciáveis em São Paulo, Ciro explicou que tratava-se de "uma metáfora". Disse que Holiday, apesar de negro, tenta acabar com o Dia da Consciência Negra e o acusou de apologia ao fim das cotas raciais. "Capitão do mato, aqui, é uma metáfora segura que eu tenho que ele faz esse papel em pleno século 21", disse.