Retrospectiva 2018: eleições, partilha de cargos e crise na segurança marcam o ano político no Ceará
O POVO realizou levantamento e apresenta os destaques do ano político cearense.O movimentado ano político do Ceará começou com a crise na segurança pública tendo desdobramentos para governos nos vários níveis e com repercussão nas casas legislativas. O governo Michel Temer (MDB) foi cobrado e anunciou medidas federais em relação à crise na segurança pública no Ceará. As articulações eleitorais no Estado, a gigantesca aliança de Camilo Santana (PT) e a ferrenha disputa pelo Senado foram os destaques nas eleições locais. E o ano termina com a entrada de cearenses no governo Jair Bolsonaro (PSL), ao mesmo tempo em que o governo Camilo é reformulado.
Confira os destaques mês a mês:
JANEIRO
No início do ano, foi divulgada lista de emendas parlamentares pagas pelo governo em 2017. No Ceará, houve polêmica em torno de um pagamento de show do cantor Wesley Safadão.
Diversos partidos e movimentos sociais cearenses realizaram atos em apoio ao ex-presidente Lula, que havia sido condenado em janeiro. Foram feitas manifestações em Fortaleza e no interior do Estado.
O presidente Michel Temer (MDB) autorizou, no dia 30 de janeiro, a primeira ação federal contra a crise na segurança no Ceará. Temer recebeu o governador Camilo Santana (PT), depois de duas chacinas que mataram 24 pessoas em três dias.
[SAIBAMAIS]FEVEREIRO
Já no primeiro expediente na Assembleia Legislativa pós-período carnavalesco teve a segurança pública do Estado como principal tema de discussão. Situação e oposição argumentaram a favor e contra a gestão gestão do governador Camilo Santana e do secretário André Costa.
Seguindo repercussão da intervenção federal do Exército na segurança pública do Estado do Rio de Janeiro, o deputado estadual Capitão Wagner (PR) que mesma medida seja adotada no Ceará. "Era o que a gente esperava que acontecesse aqui no Ceará também", disse Wagner.
MARÇO
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O Ceará foi anunciado como sede do Centro de Inteligência do Nordeste, do Governo Federal. A confirmação partiu do ministro da Segurança Pública, Raul Jungman, em encontro com o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB), e o governador Camilo Santana (PT).
ABRIL
O PT do Ceará fez vigília até a madrugada de sexta-feira, 6, na sede do partido, em Fortaleza, contra a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As manifestações continuaram em 16 cidades cearenses ao longo do dia.
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Após apelo do ex-governador Geraldo Alckmin (SP) para que se candidate ao governo do Estado, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) disse que não iria participar da disputa e que a decisão está tomada "em definitivo" por "questões pessoais".
MAIO
Foi votado no Plenário da Câmara dos Deputados projeto que regulamenta a criação de novos municípios no País. Conheça os 15 distritos que podem virar municípios no Ceará.
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Pré-candidato à Presidência da República pelo PDT, o ex-ministro Ciro Gomes articulou coligação inédita de 24 partidos no Ceará, seu reduto eleitoral, em torno da reeleição do governador Camilo Santana (PT).
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Em sessão plenária da Assembleia Legislativa do Ceará, no dia 30, o deputado estadual Heitor Férrer (SD) levou uma flanela para "polir cara de pau da politicalha no Ceará".
JUNHO
O ex-prefeito de Massapê Francisco das Chagas Albuquerque, 87, morreu na noite de 29 de junho, em Fortaleza. Conhecido como Chico Albuquerque, é pai do atual presidente da Assembléia Legislativa do Ceará, Zezinho Albuquerque (PDT), e do atual prefeito de Massapê, Jackson Albuquerque.
JULHO
Após defender boicote a políticos do MDB nas eleições, onde pediu "pelo amor de Deus" para que os eleitores não votem em candidatos do número 15, Lia Gomes (PDT), candidata a deputada estadual e irmã do candidato à Presidência Ciro Gomes, causou polêmica, mas não abalou apoio do partido à Camilo Santana (PT), segundo Walter Cavalcante, líder do partido no Estado.
No limite do prazo eleitoral, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), intensificou a agenda de compromissos no Ceará ao lado do governador Camilo Santana (PT), um de seus principais aliados no Estado.
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Por 200 votos a 70, o Partido dos Trabalhadores (PT) no Ceará decidiu não indicar nome ao Senado Federal nas eleições deste ano. José Pimentel (PT) lamentou a decisão, argumentando que ela enfraquece a possível campanha de Lula para a Presidência da República.
AGOSTO
Próximo da data limite permitida pela Justiça Eleitoral para oficializar candidaturas, que será no próximo dia 5, foi confirmado o nome de Izolda Cela (PDT) na chapa de Camilo Santana (PT) para a campanha de reeleição.
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Enquanto lideranças do Pros e do PSDB consolidam aliança no Ceará, o deputado estadual Capitão Wagner (Pros) declara voto ao candidato Jair Bolsonaro (PSL). Wagner é aliado do PSDB no Estado.
A grande aliança formada pelo governador Camilo Santana (PT) para as eleições de 2018 foi a maior da história do Ceará. Nesta eleição, 615 candidatos a deputado estadual e federal são desta aliança que tem quatro chapas proporcionais federais e sete estaduais - contando os partidos da "chapa informal".
Ciro Gomes afirmou que “não há propriamente um erro” na política de segurança pública do Ceará.
Durante sabatina no Jornal Nacional, o presidenciável defendeu as medidas adotadas pelo governo de seu irmão Cid Gomes e chegou a declarar que uma das facções do Estado é formada por “abestados”.SETEMBRO
O comandante da 10ª Região Militar, general Cunha Matos, afirmou que planeja distribuir pelo menos cinco mil homens do Exército nas Eleições 2018 no Ceará e Piauí.
Após o presidenciável Ciro Gomes (PDT) afirmar que facções criminosas propuseram um acordo de paz ao Governo do Ceará - e isso foi recusado -, a vice-governadora,
Izolda Cela (PDT), afirmou que tal proposta "não chegou" ao conhecimento dela.
O Plenário do Conselho Nacional de Justiça determinou aposentadoria compulsória para o desembargador do Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE) Carlos Rodrigues Feitosa por venda de sentenças em plantões judiciários.
O Ceará é o quarto estado do Brasil em número de eleitores que tiveram o título cancelado. De acordo com dados dos Tribunal Superior Eleitoral (TSE), entre 2016 e 2018, 234.487 votantes tiveram o documento suspenso por não comparecer à revisão biométrica.
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O Grupo de Comunicação O POVO realizou debate com os candidatos ao Governo do Ceará. General Theophilo (PSDB), Ailton Lopes (Psol), Hélio Góis (PSL) e Camilo Santana (PT) estiveram presentes, sob a mediação da jornalista Maísa Vasconcelos.
OUTUBRO
O governador Camilo Santana (PT) foi reeleito para mais quatro anos de mandato no Ceará. Ele recebeu 3.455.141 votos, o que representa 79,95% dos votos válidos.
Cid Gomes (PDT) e Eduardo Girão (Pros) venceram a eleição ao Senado pelo Ceará, com 41,6% e 17,09%, respectivamente. Derrotado, o presidente do Senado Eunício Oliveira (MDB) obteve 16,93% no fim da contagem dos votos.
Em encontro do PT para lançamento da campanha pró-Haddad no Ceará, no dia 15 de novembro, o senador eleito Cid Gomes (PDT) cobrou mea culpa do PT. O ex governador então foi vaiado por militantes que lotaram o auditório do Marina Park. Cid respondeu: "É por isso que vocês vão perder".
Anunciada a vitória de Jair Bolsonaro (PSL) para a Presidência da República, o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), enviou, por meio de redes sociais, mensagem aos cearenses e ao futuro presidente, que tomará posse dia 1º de janeiro de 2019.
A realização das eleições no dia 7 de outubro no Ceará demandou um gasto de R$ 21.304.227. Os maiores montantes, que correspondem a 80,87% do orçamento, são com técnicos de urna e auxiliares de serviços gerais, vales postais, distribuição de urnas e veículos.
Apenas 17 dos 46 deputados estaduais eleitos neste ano pelo Ceará já não estavam na Casa na legislatura passada. Uma análise mais aprofundada, no entanto, revela grau de novidade ainda menor: Entre os 17 "novatos", a maioria são políticos com mandatos ou parentes de deputados.
16 deputados estaduais e quatro deputados federais eleitos pelo Estado seguem com pendências no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-CE). Em 37 ações tramitando na Corte, a maioria responde por acusações de adversários por suposta propaganda eleitoral irregular.
NOVEMBRO
A regulamentação das mudanças nas aposentadorias dos servidores do Ceará foi aprovada nesta quinta-feira, 8, por 30 votos a 3, com 12 deputados ausentes. No intervalo de cinco anos, três parlamentares que haviam sido contra as mudanças na reforma original votaram agora a favor, na regulamentação.
O Tribunal de Contas da União (TCU) divulgou relatório em que classifica 287 órgãos federais segundo risco de possíveis fraudes e corrupção. Entre os sete órgãos federais com sede no Ceará, lidera o ranking o
Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), colocado na margem de risco “muito alto” da Corte.
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Com quatro unidades prisionais inauguradas em quatro anos, o governador Camilo Santana (PT) se prepara para entregar outras cinco em 2019. Apenas na gestão petista, peso do sistema penitenciário no orçamento cearense cresceu 63% em três anos.
Deputados estaduais aprovaram, em dois turnos, a proposta de emenda à Constituição (PEC) que adia o teto de servidores públicos estaduais, que vigoraria em dezembro deste ano. Agora, o início do novo teto ficou para 2020. O placar foi 29 votos a favor e quatros contra.
DEZEMBRO
Cearenses ganham espaço na equipe de Bolsonaro. O candidato do PSDB na eleição para governador, General Theophilo, se desliga do partido para assumir a Secretaria Nacional da Segurança Pública. A médica Mayra Pinheiro, candidata do PSDB ao Senado, foi anunciada secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (STGES) do Ministério da Saúde. Além disso, foi definida a permanência de Mansueto Almeida na Secretaria do Tesouro Nacional.
No Governo do Estado, Camilo Santana (PT) anunciou a redução do número de secretarias, de 27 para 21, além do corte de quase mil cargos.
Redação O POVO Online
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