Da prisão de Lula à eleição de Bolsonaro passando pela morte de Marielle, a retrospectiva da política em 2018
Relembre alguns dos principais fatos políticos de um ano alucinante no Brasil
13:00 | Dez. 20, 2018
O ano de 2018 foi marcado por reviravoltas na política nacional. Ano de eleições presidenciais, a campanha se desenrolou de modo que não tinha sido ainda testemunhadono Brasil. Fake news, casos de violência, polarização política intensa, uma disputa acirrada entre a esquerda e a direita foram apenas alguns dos momentos de destaque.
O POVO relembra alguns dos principais acontecimentos políticos do ano, organizados em ordem cronológica e divididas por mês.
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JANEIRO
Em janeiro, houve movimentação da Advocacia-Geral da União para garantir a posse da deputada Cristiane Brasil no cargo de ministra do Trabalho. A posse foi barrada a partir de ação popular do Movimento dos Advogados Trabalhistas Independentes, que argumentou que a nomeação de Cristiane Brasil “ofende a moralidade administrativa”.
No dia 24 de janeiro de 2018, o ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, foi julgado pelos desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) e foi considerado culpado. O POVO explicou o que aconteceria após a condenação de Lula.
FEVEREIRO
O presidente Michel Temer (MDB) assinou decreto de intervenção federal no Rio de Janeiro no dia 16 de fevereiro, afirmando que era uma "medida extrema", mas necessária para combater o crime organizado.
No dia seguinte, 17 de fevereiro, foi anunciada a criação do Ministério da Segurança Pública, para tratar da intervenção militar no Rio. Não havia sido decidido ainda o nome do ministro que assumiria a pasta.
Também em fevereiro foi assinado pelo presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB), ato que suspendeu a tramitação da reforma da Previdência e de outras alterações na Constituição.
MARÇO
No dia 14 de março de 2018 a vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL) foi assassinada a tiros dentro de carro em que seguia para casa.
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Ao criticar a intervenção federal, classificando-a como "medida eleitoreira", Ciro Gomes (PDT) lamentou o assassinato de Marielle Franco e afirmou que o crime se tratava de tentativa de calar um símbolo de luta.
ABRIL
Dois dias após ter seu pedido de prisão decretado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se entregou à Polícia Federal (PF) em São Paulo no início da noite do sábado, 7 de abril. Ele deve cumprir pena de 12 anos e um mês por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
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Michel Temer solicitou ao ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, que investigasse possíveis vazamentos em torno do inquérito dos portos, que apura fatos relacionados à edição do decreto que regula a exploração de portos organizados e de instalações portuárias.
MAIO
Caminhoneiros de todo o País realizaram paralisação de suas atividades em protesto contra o aumento do valor do diesel, combustível utilizado por eles. A greve durou onze dias e interferiu na distribuição e abastecimento de alimentos, combustíveis e insumos médicos.
A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de reduzir o alcance do foro privilegiado para deputados federais e senadores provocou uma reação no Congresso, de partidos da oposição e da situação.
JUNHO
A insatisfação com o governo e o formato de política brasileiro foi destacada durante a paralisação dos caminhoneiros. O movimento, que teve início no final de maio, durou até o início do mês de junho. O POVO reuniu análises que apresentavam as lições que a greve trouxe ao Brasil.
Operação realizada no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, no dia 20 de junho, resultou na morte de sete pessoas - entre elas, um estudante de 14 anos de idade, baleado a caminho da escola.
A Justiça solicitou relatório que policial sobre a ação, realizada pela Polícia Civil.
Por 3 votos a 1, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, no dia 26 de junho, suspender a execução da condenação do ex-ministro José Dirceu a 30 anos de prisão na Operação Lava Jato.
JULHO
O desembargador plantonista do Tribunal Regional Federal (TRF-4), Rogério Favreto, decidiu aceitar pedido de habeas corpus e mandou soltar o ex presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 8 de julho. Embora sua decisão tenha sido desautorizada pelo relator da Lava Jato no TRF-4, ele insistiu. A liberação, no entanto, não ocorreu.
Embora a campanha não tivesse sido oficialmente iniciada, a corrida presidencial já estava em andamento durante o mês de julho. Atrás nas pesquisas, Geraldo Alckmin buscava apoio do Centrão para fortalecer sua candidatura.
O Projeto de Lei 53/2018 que dispõe sobre o tratamento de dados pessoais no Brasil, inclusive nos meios digitais, exigirá das empresas adaptação na infraestrutura para garantir segurança das informações dos clientes. O POVO demonstrou como a proteção de dados pessoais impactariam as relações de consumo.
AGOSTO
Apesar de estar preso e condenado em segunda instância, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve a candidatura registrada pelo PT no dia 15 de agosto de 2018.
A campanha eleitoral de 2018 começou oficialmente na quinta-feira, 16 de agosto. Até 6 de outubro, a campanha deveria seguir de forma explícita com as candidaturas podendo ser expostas e os candidatos podem pedir votos. Na TV e rádio, as propagandas gratuitas começaram no próximo dia 31 e seguiram até 4 de outubro.
O Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) emitiu, no dia seguinte ao início oficial da campanha, um documento que sugere ao governo brasileiro que reconheça os direitos políticos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A crise econômica e política que assola a Venezuela desde 2013 tem tido seus desdobramentos também no Brasil. Para fugir da inflação meteórica, escassez de alimentos e desemprego, milhares de venezuelanos atravessam diariamente as fronteiras para outros países da América Latina. O POVO realizou levantamento e explicou a crise migratória.
SETEMBRO
O candidato à Presidência pelo Partido Social Liberal (PSL), Jair Messias Bolsonaro, cumpria agenda de campanha na quinta-feira, 6 de setembro, em Juiz de Fora, Minas Gerais, quando levou uma facada. O POVO reuniu fatos sobre o ataque.
A Executiva Nacional do PT confirmou em reunião nesta terça-feira, 11, em Curitiba, o nome do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad como o candidato do partido à Presidência da República e Manuela d'Ávila como vice na chapa. Haddad vai substituir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cuja candidatura foi barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com base na Lei da Ficha Limpa.
OUTUBRO
O juiz Sérgio Moro levantou o sigilo do Termo de Colaboração 1 do ex-ministro dos governos Dilma e Lula, Antonio Palocci. Na delação, o ex-ministro detalhou o suposto loteamento de cargos na Petrobras com a finalidade de captação de recursos para campanhas petistas. Ele reafirma que Lula teria conhecimento de esquemas de corrupção na estatal.
Muitos dados falsos, montagens de vídeos, fotos e áudios, e notícias com conteúdos inverídicos foram compartilhados, principalmente nas redes sociais, nesta campanha eleitoral. Levantamento mostrou algumas das principais notícias falsas divulgadas e checadas pelo O POVO Online.
Após as votações do primeiro turno das eleições, os presidenciáveis Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) viriam a compor o segundo turno da corrida eleitoral de 2018 no dia 28 de outubro.
O candidato a presidente Jair Bolsonaro passou por avaliação médica e não foi liberado para fazer campanha nem para participar de debates.No Twitter, o adversário Fernando Haddad (PT) se dispôs a ir até a enfermaria para debater propostas e apresentar planos de governo.
O candidato Jair Bolsonaro (PSL) disse que aguardaria a avaliação dos médicos, marcada para 18 de outubro, para decidir se irá participar de debates visando o segundo turno. O presidenciável, contudo, admitiu que pode deixar de comparecer a debates “por estratégia”.
Em prática ilegal, empresas compram pacotes de compartilhamento em massa de mensagens no WhatsApp contra a candidatura de Fernando Haddad (PT), conforme informou o jornal Folha de S.Paulo. A prática é crime é ilegal, por configurar uso de dinheiro de empresas em campanha.
O ministro Jorge Mussi, corregedor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), aceitou denúncia do PT e abriu uma ação para investigar suposta compra de pacotes de disparos de mensagens no WhatsApp com conteúdos anti-PT, realizadas por empresários que apoiam a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL).
Com 92% das urnas apuradas, Jair Bolsonaro já estava matematicamente eleito presidente da República. O candidato do PSL obteve 55,70% dos votos, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O candidato do PT, Fernando Haddad, recebeu 44,30% dos votos.
NOVEMBRO
O Ministério da Saúde Pública de Cuba anunciou que os profissionais do País não vão mais continuar participando do programa Mais Médicos após declarações do presidente eleito Jair Bolsonaro de que modificará termos e condições do programa.
DEZEMBRO
O presidente eleito Jair Bolsonaro definiu sua equipe de governo, com 22 ministros. Saiba quem são eles.
Antes mesmo da posse, os primeiros desgastas do novo governo, com investigação sobre movimentações financeiras suspeitas envolvendo ex-assessor e ex-motorista de Flávio Bolsonaro, filho do presidente eleito.
Em 19 de dezembro, no início do recesso legislativo, um terremoto político atingiu o Brasil. O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu liminar para libertar os presos com base em condenações em segunda instância. Entre os potenciais favorecidos, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A decisão foi derrubada horas depois, não sem antes colocar o Brasil em polvorosa.
Redação O POVO Online