As dez principais fake news da campanha eleitoral de 2018

20:00 | Out. 06, 2018

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Muitos dados falsos, montagens de vídeos, fotos e áudios, e notícias com conteúdos inverídicos foram compartilhados, principalmente nas redes sociais, nesta campanha eleitoral.
  
Em 2018, o tempo de campanha foi o menor, apenas 45 dias. No entanto, o volume de fake news foi enorme. Confira abaixo algumas das principais notícias falsas divulgadas e checadas pelo O POVO Online:
  
  
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Causou grande repercussão a entrevista do candidato Jair Bolsonaro (PSL) ao Jornal Nacional, no último dia 28 de agosto. A parte que chamou maior atenção do público foi o momento em que o militar da reserva mostrou um livro que seria parte do que se chama de "kit-gay".
  
O deputado federal afirmou que a edição estaria disponível em bibliotecas de escolas públicas, mas a informação é falsa. Em 2016, o Ministério da Educação lançou nota à imprensa negando que distribuía os livros, publicados no Brasil pela editora Companhia das Letras, para compor o acervo de bibliotecas de escolas públicas. A edição nunca fez parte do Programa Nacional do Livro Didático/PNLD e do Programa Nacional Biblioteca da Escola/PNBE.
  
  
  
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Em outro momento da campanha, Bolsonaro foi atacado a faca por Adélio Bispo, em Juiz de Fora-MG. Depois do crime, surgiu boato compartilhado por meio do WhatsApp que dizia, erroneamente, que Fátima Bernardes teria reformado a casa de Adélio.
  
No Instagram, a jornalista Fátima Bernardes afirmou não ter reformado a casa do esfaqueador de Jair Bolsonaro. "Mais uma notícia falsa circulando pela internet me obriga a fazer esse esclarecimento. Eu não reformei a casa do esfaqueador do candidato à Presidência da República pelo PSL. Toda a minha vida pública sempre foi pautada no respeito à vida humana, independentemente de credo, cor, gênero, ideologia. Eu jamais apoiaria qualquer ato de violência. Divulgar uma notícia falsa é uma irresponsabilidade que não contribui em nada para o momento que estamos vivendo", afirmou Fátima na publicação.
  
  
  
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Alvo frequente de fake news desde que foi oficializado candidato a presidente, Fernando Haddad (PT) teve o nome envolvido em boato que denunciava que o candidato tinha seguranças cubanos.
  
Ao contrário do que afirmavam publicações nas redes sociais, não há evidências de que pessoas que atuaram em um cordão de isolamento do presidenciável Fernando Haddad (PT), em um ato de campanha no Rio Grande do Sul, sejam militares cubanos. O evento mencionado aconteceu na última quinta-feira, 27 de setembro, no município de Caxias do Sul.
  
  
  
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É falso o tweet que alega que o deputado federal Jean Wyllys (Psol-RJ) foi convidado para ser ministro da Educação num possível governo Haddad, candidato à Presidência da República pelo Partido dos Trabalhadores.
  
O boato usa a marca do site G1, que jamais publicou a matéria. É possível alterar elementos do código HTML das páginas de internet, mas as mudanças não são públicas, só aparecem no computador de quem fez a edição.
  
  
  
[FOTO4] É falso o vídeo publicado no Facebook pela página "Bolsonaro Presidente Sudeste" que alega que um milhão de pessoas fizeram um "coro de arrepiar" na Esplanada dos Ministérios em defesa de Jair Bolsonaro, candidato à Presidência pelo PSL. A gravação original foi publicada no YouTube em 15 de março de 2015 em um ato pelo impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT).
  
Para encontrar o conteúdo original, o Comprova fez uma análise do vídeo. Em uma cena da gravação, aparece uma pessoa com um cartaz escrito "Fora Dilma", bastante difundido durante os protestos contra o segundo governo da petista, entre 2015 e 2016.
  
  
  
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Além dos principais candidatos, também foram envolvidos em notícias falsas pessoas próximas, como o filho do candidato do PSL à Presidência. A imagem que circula nas redes sociais, em que Flávio Bolsonaro, candidato ao Senado no Rio de Janeiro, aparece com camisa estampando a frase "Movimento nordestinos voltem para casa, o Rio não é lugar para jegue!" é montagem.  As informações são do G1.
  
De acordo com a reportagem, a foto verdadeira foi divulgada pelo próprio portal de notícias durante as eleições municipais, em 2016, quando o filho do presidenciável Jair Bolsonaro era candidato do PSC à Prefeitura do Rio de Janeiro. Na ocasião, o parlamentar foi fotografado ao lado do pai, quando foi votar em seção eleitoral, na Escola Municipal Barão Homem de Mello, na Tijuca. Na imagem original, a camisa de Flávio não contém nehuma frase.
  
  
  
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É falsa a informação de que o general Hamilton Mourão (PRTB), candidato a vice-presidente de Jair Bolsonaro (PSL), propõe o confisco da poupança caso a chapa vença a eleição deste ano.
  
O boato se espalhou depois de o “Blog da Cidadania” publicar no último dia 28 de setembro um texto que reproduz, com o título errado, uma reportagem do dia anterior feita pela “Folha de S. Paulo” sobre uma palestra de Mourão na Câmara dos Dirigentes Lojistas de Uruguaiana (RS).
  
A reportagem da Folha tem o título “Mourão propõe renegociar os juros da dívida do governo” e não faz nenhuma menção à poupança. No entanto, o “Blog da Cidadania” publicou a reportagem mudando o título para “Mourão também propõe o confisco da poupança” sem que o próprio texto do blog apresentasse a suposta proposta do general.
  
  
  
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Não é verdade que Manuela D’Ávila (PcdoB), candidata a vice-presidente na chapa de Fernando Haddad (PT), afirmou que o cristianismo vai desaparecer e que “nós somos mais populares do que Jesus Cristo neste momento”. A declaração que aparece em uma montagem postada no Facebook foi dada, na verdade, por John Lennon, referindo-se aos Beatles, no dia 4 de março de 1966.
  
Trata-se de uma das mais famosas e polêmicas declarações de Lennon. Ele fez a afirmação em uma entrevista ao jornal inglês The Evening Standard durante o auge da Beatlemania, a idolatria pela banda inglesa de rock. Responsável pela entrevista, a jornalista Maureen Cleave comentou a história em artigo publicado em 2005 no jornal The Telegraph.
  
A polêmica afirmação fez parte de um argumento maior do beatle. O contexto original da declaração era o seguinte: “O cristianismo vai desaparecer. Não preciso argumentar isso; estou certo e isso será provado. Somos [os Beatles] mais famosos que Jesus; eu não sei o que morrerá primeiro - o rock ou o cristianismo. Jesus era legal, mas seus discípulos eram toscos e ordinários. Para mim o que estraga tudo são eles deturpando as coisas”.
  
O projeto Comprova procurou no Google e no YouTube por eventuais declarações de Manuela que pudessem se assemelhar à fala de Lennon e nada encontrou.
  
  
  
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A imagem que coloca Adélio Bispo de Oliveira, autor do atentato contra o candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL), próximo ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é uma montagem. O material manipulado digitalmente foi compartilhado em redes sociais, inclusive pelo senador Magno Malta (PR-ES).
  
Apoiador de Bolsonaro, Malta postou a imagem enganosa no Twitter e escreveu “Olha em que time joga o marginal” (sic). Na montagem, o rosto de Adélio Bispo de Oliveira foi inserido digitalmente na foto em que Lula aparece ao centro, ladeado pelos senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente do Partido dos Trabalhadores, entre outros apoiadores. Um círculo vermelho, também inserido digitalmente, destaca o rosto de Adélio, o homem que atacou Bolsonaro, em Juiz de Fora (MG).
  
A foto original foi feita em maio de 2017 por Ricardo Stuckert, do Instituto Lula. Na ocasião, Lula prestou depoimento ao juiz Sérgio Moro, em Curitiba. A foto já foi reproduzida no site do PT, em portais e jornais. Um homem de óculos escuros aparece originalmente no lugar onde o rosto de Oliveira foi inserido digitalmente.
  
  
  
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É falsa a informação que circula em redes sociais de que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) “entregou códigos de segurança das urnas eletrônicas para venezuelanos”, como divulgado inicialmente pelo site Jornal da Cidade. De acordo com o texto enganoso, uma empresa estrangeira, com os tais códigos, poderia gerar votos falsos e fazer com que eles passassem como verdadeiros, fraudando as eleições brasileiras.
  
Segundo o texto publicado no site, a entrega dos códigos teria sido feita a uma empresa comandada por venezuelanos, vencedora do edital da licitação nº 106/2017. Entretanto, a licitação mencionada no texto não previa entrega de códigos da urna e nem chegou a ser concluída, pois as duas únicas empresas interessadas foram desclassificadas.
  
Redação O POVO Online