Por 200 votos a 70, PT Ceará decide que não terá candidato ao Senado; Pimentel lamenta
Apesar da pressão para manter a vaga do Partido dos Trabalhadores, grupo camilista, contrário à manutenção da vaga, vence e a legenda não terá candidato ao Senado neste ano, facilitando apoio a Eunício Oliveira
15:09 | Jul. 28, 2018
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Por 200 votos a 70, o Partido dos Trabalhadores (PT) no Ceará decidiu não indicar nome ao Senado Federal nas eleições deste ano. Durante o Encontro Estadual de Tática Eleitoral da sigla para decidir estratégia da legenda no Estado, os delegados da base do partido decidiram não indicar candidato para compor chapa com o governador Camilo Santana (PT).
Apesar da pressão feita por integrantes do grupo petista de manutenção da vaga atualmente ocupada por José Pimentel, ampla maioria votou por não ter postulante a senador. O petista lamentou a decisão, argumentando que ela enfraquece a possível campanha de Lula para a Presidência da República.
Antes de a decisão ser cravada, o deputado estadual Elmano de Freitas (PT) disse acreditar na indicação de candidatura pelo partido ao Senado. O vereador Guilherme Sampaio (PT) saiu em defesa de José Pimentel e criticou aliança com Eunício Oliveira (MDB). Por outro lado, o presidente estadual da sigla, Moisés Braz, já contava a vitória como certa.
A decisão fortalece e favorece a aliança entre Camilo Santana e Eunício Oliveira (MDB). Em entrevista ao O POVO Online, o governador destacou importância de outras legendas em sua base aliada e disse ser “tendência natural” que ele apoie reeleição de Eunício Oliveira (MDB) ao Senado.
Confira na integra nota assinada pelo senador José Pimentel
Nota sobre a decisão do PT CE de não disputar o Senado
O Partido dos Trabalhadores do Ceará decidiu abrir mão de disputar uma vaga para o Senado Federal nas eleições de 2018. A decisão de liberar a vaga para as articulações políticas do governador Camilo Santana foi tomada, por maioria, dos delegados e delegadas presentes no Encontro de Tática Eleitoral, realizado em 28/7, em Fortaleza. A resolução confirma, ainda, que priorizará a candidatura à reeleição do governador Camilo Santana e a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência da República.
Como senador da República, eleito em 2010 com 2.397.851 votos, agradeço às famílias cearenses que me honraram com cinco mandatos parlamentares, sendo 16 anos como deputado federal e oito anos como senador da República. Período em que pude construir, articular e defender várias conquistas, como o ganho real do salário-mínimo, o Bolsa-Família, o Minha Casa Minha Vida, o programa Mais Médicos, além da expansão das universidades, das escolas técnicas, das creches e pré-escolas, do Ciência sem Fronteiras, do Fies e ProUni.
Pude também trabalhar pelo fortalecimento da agricultura familiar, das micro e pequenas empresas, da saúde pública (SUS) e pela melhoria dos serviços da Previdência Social – quando exerci o cargo de ministro da Previdência no governo Lula. Dentre muitas outras decisões que foram fundamentais para tantos brasileiros e brasileiras.
Lamento muito a decisão do meu partido de abrir mão de disputar uma das duas vagas ao Senado Federal. Entendo que ela enfraquece a campanha Lula Presidente no Ceará e possibilita o fortalecimento dos setores que hoje atacam as conquistas sociais, retirando direitos de quem mais precisa. As consequências dessa decisão serão históricas e percebidas a partir de 2019.
Continuarei na luta por uma sociedade mais justa, por um Brasil e um Ceará com desenvolvimento e inclusão social, com mais emprego e renda para a maioria do nosso povo.
Sou muito grato a todos que me acompanham nessa caminhada.
Senador José Pimentel
28/7/2018
Com informações do repórter Wagner Mendes