Arquivamento da CPI do Narcotráfico gera discussão de deputados da AL
Três anos após pedido de instalação, a CPI foi arquivada por decisão da Mesa Diretora após não conter o número mínimo de 12 assinaturas para criação
09:50 | Mar. 19, 2018
Após arquivamento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o narcotráfico no Ceará, pela Assembleia Legislativa, divulgado no site do parlamento nesta quarta-feira, 14, deputados discutem dentro e fora do Plenário os malefícios e benefícios da decisão para o Estado, o Legislativo e a segurança pública.
Três anos após pedido de instalação, a CPI foi arquivada por decisão da Mesa Diretora após não conter o número mínimo de 12 assinaturas para criação. De acordo com o vice-presidente Tin Gomes (PHS), a necessidade da CPI perde o sentido com o lançamento de Centro Integrado de Inteligência para combate ao crime organizado no Ceará, inaugurado na última quinta-feira, 15, em Fortaleza.
Apoiador mais sonoro da instalação da CPI, o deputado estadual Capitão Wagner (PR) afirmou ser "decepcionante" o arquivamento. "Mostra que na AL está, acima de tudo, o interesse do Governo, e não o do povo. A casa do povo decepciona por conta disso. Não houve qualquer reunião do colégio de líderes para que essa decisão fosse tomada. Foi uma decisão unilateral".
Wagner também encara como "vergonhoso" o argumento de parlamentares que a criação da CPI colocaria em risco a vida e integridade dos deputados que fizessem parte da composição da Comissão, bem como de seus familiares. "Se o parlamentar não tem coragem de fazer parte de uma CPI, que renuncie seu mandato. Afinal foi eleito para, entre outras coisas como legislar e fiscalizar o Governo do Estado, investigar quando necessário for", criticou.
Na tribuna do Plenário, deputado Tomaz Holanda (PPS) argumentou que a instalação de uma CPI para investigar o narcotráfico não é prerrogativa da AL, mas sim do Congresso Nacional. "Entendo que essa investigação deve ser uma prerrogativa dos nossos congressistas em Brasília, pois o Ceará não produz arma e nem droga, já que elas passam pelas fronteiras", disse.
Redação O POVO Online