Ato pró-Dilma e contra Jair Bolsonaro na Praia de Iracema relembra vítimas da ditadura militar
Os manifestantes seguravam faixas com os dizeres: "Golpe nunca mais" e "Fora Cunha e leva o Temer junto" e gritavam: "Não vai ter golpe, vai ter luta"
23:30 | Abr. 30, 2016
Com cruzes e flores vermelhas fincadas na areia da Praia de Iracema, em simbologia às vítimas da ditadura militar e a flor em menção à violência sofrida pela mulher, cerca de 300 integrantes dos grupos Sociedade Civil, Associação 64/68, Médicos pela Democracia, Mulheres com Dilma, Frente Popular e Frente das Mulheres pela Democracia realizaram ao pôr do sol deste sábado, 30, o “Ato pela democracia” em Fortaleza.
O protesto, que iniciou às 16h e se estendeu às 17h30min, era contra o posicionamento ideológico do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e contra o andamento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
O ato, que aconteceu um dia antes da manifestação a favor de Bolsonaro na Capital cearense - marcada para o domingo, 1º de maio, foi organizado pelo aplicativo de mensagens WhatsApp. Os manifestantes seguravam faixas com os dizeres: “Golpe nunca mais” e “Fora Cunha e leva o Temer junto” e gritavam: “Não vai ter golpe, vai ter luta”.
Quando passava próximo ao local do ato, a professora Luciana Sousa, 40, parou sua caminhada para observar o protesto. “Me aproximei para ver as cruzes e as fotos que simbolizam a quantidade de pessoas vítimas da ditadura. É sempre bom conhecer um pouco mais de história”, disse. Junto às cruzes e as flores, os organizadores do ato também expuseram fotos de pessoas desaparecidas durante a ditadura militar.
Em conversa com O POVO Online, Raquel Nepomuceno, 38, que trabalha na rede pública de saúde e foi uma das organizadoras do evento informou que o “Ato pela democracia” percorrerá algumas comunidades de Fortaleza no decorrer das próximas semanas.
Às 17h40min, uma "Marcha antifascista", sem vínculo com o "Ato pela democracia", iniciou na Praia de Iracema. Na ocasião, os integrantes da manifestação protestaram contra o fascismo, racismo e padrões impostos pela sociedade.
Cassação de Jair Bolsonaro
No protesto, também foram recolhidas assinaturas para pedir a cassação do mandato do deputado Jair Bolsonaro por sua fala na Câmara dos Deputados no mês passado.
Segundo os manifestantes, durante a votação do processo de impeachment de Dilma Rousseff, o parlamentar que dedicou o seu voto "pró-impeachment" ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, 1º militar reconhecido pela Justiça brasileira como torturador da ditadura militar, fez apologia ao fascismo.