Marina ganha R$ 1,6 mi ao falar a bancos e empresas
Após terminar a disputa da eleição presidencial na terceira colocação quatro anos atrás e deixar o Senado, em 2011, Marina abriu uma empresa em Brasília pela qual passou a receber por suas conferências.
Entre abril de 2011 e maio deste ano, Marina ganhou R$ 1,6 milhão bruto com essas palestras, conforme revelou neste domingo, 31, o jornal Folha de S.Paulo. Ela interrompeu as atividades de palestrante após lançar candidatura neste ano e negocia com o PSB receber uma remuneração mensal do partido, segundo sua assessoria de imprensa.
Marina foi contratada por bancos, como Santander e Crédit Suisse, pela multinacional Unilever e pela Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg). Foi remunerada ainda por palestras na Argentina, Uruguai, Chile e Bolívia.
Houve eventos em que ela não cobrou pela palestra, como numa conversa, meses atrás, com alunos do "Curso Estado de Jornalismo".
Faz parte do trabalho de Marina como palestrante se reunir com grupos pequenos de executivos do sistema financeiro e ser remunerada por isso. A assessoria de Marina afirma que o tema recorrente de suas palestras é a sustentabilidade.
A lista completa de clientes não é divulgada pela candidata sob o argumento de que os contratos são confidenciais. É o mesmo procedimento usado por outros políticos que costumam ser remunerados por palestras, como os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva.
O jornal O Estado de S. Paulo obteve os nomes de parte da carteira de clientes de Marina a partir de uma série de entrevistas no meio empresarial.
Valores
Os valores de cada palestra de Marina variam conforme o cliente. Da Fundação Dom Cabral, por exemplo, uma instituição privada de ensino de Minas Gerais, ela cobrou R$ 15 mil. O Conselho Federal de Contabilidade pagou R$ 33 mil a Marina.
O Santander e o Crédit Suisse não revelam quanto pagaram pela palestra de Marina.
Desde junho deste ano, quando se candidatou à Vice-Presidência da República na chapa de Eduardo Campos, Marina "mantém-se com a poupança acumulada até então" com o trabalho de palestrante, segundo sua assessoria de imprensa.
Aplicação
A candidata, contudo, não declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter uma poupança. Confrontada com essa informação, a equipe de Marina afirmou que usou o termo "poupança" inadequadamente e que, na verdade, ela "mantém-se com o que dispõe em sua conta corrente." Ao tribunal, Marina informou que tem R$ 27.920,58 na sua conta corrente.
Em 19 de agosto, o marido de Marina Silva, Fábio Vaz de Lima, deixou o cargo de secretário adjunto do governo do Acre. Para que ela possa pagar suas despesas, "a campanha discute se haverá algum tipo de auxílio para o período até 5 de outubro", informou a assessoria da candidata. Entre as contas mensais de Marina está o aluguel de R$ 4.200,00 da casa em que mora, em área nobre de Brasília.
Ela também ocupa um apartamento quando está em São Paulo. Conforme a campanha, o imóvel foi emprestado pelo empresário Carlos Henrique Ribeiro do Vale e registrado no TSE.
Na primeira vez que concorreu à Presidência, Marina declarou patrimônio de R$ 149.264,38. Em 2014, o valor caiu para R$ 135.402,38. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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