Cardozo acha inevitável desconstrução do 'efeito Marina'
19:20 | Set. 03, 2014
"Não tenho a menor dúvida de que a candidata que está aparecendo em primeiro lugar no segundo turno, a Marina, ela ainda não passou pelo crivo de uma reflexão, de um debate mais apurado no seu conjunto de ideias. É uma candidatura recente do ponto de vista desse processo eleitoral. As ideias que ela tem ainda suscitam muitas dúvidas e as primeiras respostas que vêm sendo dadas não me parecem satisfatórias", afirmou Cardozo.
Questionado se ainda haveria tempo para "desconstruir" o efeito Marina, ele respondeu: "Acho inevitável que se desconstrua porque, francamente, não estou vendo no programa de governo, nas ideias expressas, solidez e concretudes. Vejo coisas muito etéreas, vejo situações que não se combinam, que não se explicam e que até encantam pelas palavras, mas não sobrevivem à razão, à uma análise racional mais segura".
Na avaliação do ministro, a polarização, que no início era feita com o candidato Aécio Neves (PSDB), deverá se concentrar nesta nova etapa com Marina. "Uma polarização que o tempo vai favorecer mais a candidatura Dilma por força das propostas, da consistência do que se diz, da harmonização daquilo que se coloca. A visão da Marina tem sido muito etérea, fluida. Não vejo como isso possa sobreviver até as eleições".
Cardozo também considerou que o sentimento de "mudança" que até aqui vem sendo simbolizado por Marina deverá diminuir com o avançar da disputa eleitoral. "Se não ficar muito claro qual caminho se pretende tomar e bem concreto o terreno que se pisa, você vai fazer esse caminho? Acho que a possibilidade de as pessoas perceberem que é mudar mas para que as coisas fiquem piores do que estão é real".
Pesquisa
De acordo com a pesquisa Ibope divulgada hoje, no primeiro turno, a presidente Dilma Rousseff conta com 37% das intenções de votos, Marina 33% e Aécio Neves (PSDB), 15%. Na simulação do segundo turno, Marina lidera com sete pontos de vantagem, com 46% contra 39% da petista.