Novas gravações complicam situação de Demóstenes
As gravações, reveladas nesta quarta-feira pelo "Jornal Nacional", da TV Globo, seriam do início do ano passado e mostram Cachoeira, apontado pela PF como o chefe da organização criminosa, conversando com dois integrantes de seu grupo sobre a contabilidade do esquema.
O contador Geovani Pereira da Silva, que seria o responsável pela administração financeira da quadrilha e está foragido, e Cláudio Dias de Abreu, apontado pela PF como sócio de Cachoeira em vários negócios, querem, nas conversas, usar "um milhão" para pagar contas. O contexto das conversas e o destino do dinheiro não ficam claros.
Numa das gravações, Cachoeira pergunta a Abreu quanto dinheiro reteve. Ouve a seguinte resposta: "Um milhão do Demóstenes". Referindo-se ao senador, o empresário de jogos de azar cita valores calcula: "Um milhão e quinhentos mais seiscentos, que dariam dois e cem". Ele cita mais um milhão, que Cachoeira diz ao sócio ter pedido para segurar. Ao fim, fecha a conta em "três e cem".
Cláudio discorda e, usando a expressão "este do Demóstenes", diz que já tinha sido mostrado a ele e que Cachoeira vinha segurando (o dinheiro) desde que o senador ganhou a eleição.
Ao todo, o nome do parlamentar aparece seis vezes nas conversas, com duração de cerca de cinco minutos. Os diálogos integram o material remetido pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, ao Supremo Tribunal Federal (STF), que decidirá sobre a abertura de inquérito para apurar o envolvimento do senador em crimes.