Palestina: conheça o país envolvido na guerra Israel-Hamas
Dos impactos da colonização britânica à criação do estado de Israel, entenda as origens da Palestina e do conflito Israel-HamasÉ o historiador grego Heródoto que apresenta ao público um dos primeiros registros da região Palestina. “Os fenícios e os sírios da Palestina prepararam 300 navios”, relata em sua descrição da invasão persa na Grécia.
Após a Primeira Guerra Mundial, o país foi um dos territórios sob comando otomano a ter sua administração transferida ao Reino Unido pela Liga das Nações, em 1922. Mas enquanto as outras regiões eventualmente se tornaram independentes, a Palestina permaneceu incorporada ao Mandato Britânico até 1947.
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Conheça as origens históricas do país e entenda o contexto da guerra Israel-Hamas.
Onde é a Palestina hoje?
O território palestino atualmente está situado em uma área não contínua que reivindica a Faixa de Gaza e a Cisjordânia.
O que é a Faixa de Gaza?
A Faixa de Gaza é um espaço fronteiriço entre o Egito e Israel com população aproximada de 2,1 milhões, incluindo 1,7 milhões de refugiados palestinos, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU).
Ainda de acordo com a ONU, o território, banhado pelo Mar Mediterrâneo, possui 81,5% de seus habitantes em situação de pobreza e uma taxa de desemprego geral de 46,6% (48,1% para os refugiados palestinos que vivem nos campos).
A área é controlada pelo grupo Hamas desde 2007, seguindo a expulsão da Autoridade Palestina de Gaza.
Por que a guerra entre Israel e Palestina?
O conflito territorial possui parte de suas origens na Declaração de Balfour, carta endereçada a Lionel Walter Rothschild, o Barão Rothschild, líder da comunidade judaica no Reino Unido, em 1917.
Em 67 palavras, o secretário britânico dos Assuntos Estrangeiros, Arthur James Balfour, afirmou visão favorável para “o estabelecimento, na Palestina, de um Lar Nacional para o povo judeu”.
A decisão se relacionava com o conceito de sionismo, citado por Theodor Herzl em 1896. O movimento defende a autodeterminação judaica e a sua materialização em um estado próprio.
Após incentivos do Império Britânico à imigração judaica e a consequente supressão da Revolta Árabe de 1936, o Reino Unido anunciou a saída da Palestina em 1948, ao deslocar a questão do território para a ONU.
Anteriormente, em 29 de novembro de 1947, a ONU sugeriu a “Partilha da Palestina”, que culminaria no estado de Israel. “A partilha, ou Resolução 181 da ONU, votada em novembro de 1947, recomendava 57% dos territórios aos colonos judeus”, explica Marcos Feres, coordenador do núcleo de comunicação da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal).
Em 1948, Israel se denominou como um país independente e foi reconhecido pelos Estados Unidos e pela União Soviética.
O que é a Nakba?
O termo “nakba”, de origem árabe, significa “catástrofe” ou “desastre” e é utilizado para descrever os impactos à população palestina durante a Primeira Guerra Árabe-Israelense, em 1948. Dados da ONU estimam que mais de 750 mil palestinos foram forçados a deixar suas terras na época.
Palestina e o orientalismo
Em sua obra “Orientalismo: O Oriente como invenção do Ocidente”, o estudioso palestino Edward Said destaca o termo como a universalização do imaginário sobre povos não-ocidentais, associado a um processo colonizador.
“Os conceitos de terrorismo, de que os palestinos são ‘malvados’, ‘selvagens’ e ‘animalescos’ são construções orientalistas usadas justamente para autorizar a narrativa de que o dito ‘ocidente’ está combatendo bárbaros incivilizados, por exemplo”, explica Feres.
Qual a religião do povo palestino?
De acordo com relatório do Departamento de Estado dos EUA, a maioria dos palestinos na Cisjordânia e Faixa de Gaza é muçulmano sunita, com pequenas comunidades muçulmanas xiitas e ahmadi.
A demografia religiosa também inclui a presença de cerca de 50 mil palestinos cristãos na Cisjordânia e em Jerusalém, com aproximadamente 1.300 cristãos residindo em Gaza.
Países que reconhecem a Palestina
Dos 193 países-membros da ONU, 138 reconhecem a Palestina como um estado, incluindo o Brasil. Em 2012, as Nações Unidas declararam o território como um “estado observador não membro”, permitindo a participação palestina em debates na Assembleia Geral.
Quem governa a Palestina?
A área da Cisjordânia permanece sob ocupação israelense desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967. O território apresenta um governo civil parcial da Autoridade Palestina, presidida por Mahmoud Abbas, do partido Fatah (sigla árabe para Movimento de Libertação Nacional da Palestina).
Na Faixa de Gaza, o Hamas está no poder desde 2006.
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