Apagão na Europa teria sido causado fenômeno atmosférico e empresa nega; entenda
Operadora elétrica de Portugal teria afirmado que a causa da queda de energia na península ibérica foi "vibração atmosférica induzida", segundo a Reuters; informação foi negada horas depois
*Matéria atualizada às 13 horas de 29 de abril de 2025
Um apagão ocorreu na manhã desta segunda-feira, 28, em diversas regiões da Europa, incluindo países como Portugal, Espanha, Itália e França. A falta de energia tem afetado vários setores nas regiões mencionadas.
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A Redes Energéticas Nacionais (REN), operadora elétrica de Portugal, teria afirmado, segundo a Reuters, que a queda no fornecimento de energia do país ocorreu por conta de uma falha na rede espanhola, ligada a um fenômeno atmosférico raro conhecido como “vibração atmosférica induzida”.
Luís Montenegro, primeiro-ministro de Portugal, relatou que o problema deve ser resolvido ainda nesta segunda-feira, 28. Falando para a CNN, Montenegro frisou que a origem do apagão não foi em Portugal.
Apagão deixa parte da Europa sem energia nesta segunda; SAIBA MAIS
Do lado espanhol, em entrevista coletiva, o diretor de serviços de operações da empresa Red Eléctrica, Eduardo Prieto, disse que a energia só será completamente reestabelecida na Europa em um período entre seis e 10 horas.
Apagão na Europa: O que causou?
Uma reportagem da Reuters atribuiu o blecaute a um "fenômeno atmosférico raro" chamado "vibração atmosférica induzida". A reportagem atribuia a informação às Redes Energéticas Nacionais (REN).
No entanto, a distribuidora declarou que ainda é cedo para determinar as causas do apagão e reforçou que "todas as informações de outras fontes devem ser desconsideradas".
A notícia da Reuters foi republicada por diversos veículos de notícias no mundo, inclusive no Brasil. Por volta das 15 horas (horário de Brasília) de 28 de abril, a agência retificou o erro.
O que é 'vibração atmosférica induzida'?
A vibração atmosférica induzida é causada pela intensa pressão de algo externo nas redes de energia. Geralmente, se dá por conta de vibrações intensas nas linhas de transmissão provocadas pelo vento ou pelo calor, como pode ter sido o caso nesta segunda-feira.
Nesse fenômeno, o vento ou as ondas de calor passam pelas linhas, gerando uma intensa vibração.
Caso coincida com a frequência natural de vibração do cabo, há uma ressonância, fazendo com que as vibrações se multipliquem e gerem problemas no sistema de distribuição de energia elétrica.
O que diz a REN sobre o apagão:
A Redes Energéticas Nacionais teria dito, em declarações à Reuters, que "as interrupções no fornecimento de energia eléctrica em Portugal resultaram de uma falha na rede eléctrica espanhola, relacionada com um fenómeno atmosférico raro".
"Devido a variações extremas de temperatura no interior de Espanha, verificaram-se oscilações anômalas nas linhas de muito alta tensão (400 kv), um fenômeno conhecido por vibração atmosférica induzida por Ging. Estas oscilações provocaram falhas de sincronização entre os sistemas elétricos, levando a perturbações sucessivas em toda a rede europeia interligada."
"Devido à complexidade do fenômeno e à necessidade de reequilibrar os fluxos de eletricidade a nível internacional, estima-se que a normalização total da rede possa demorar até uma semana", lia-se na Reuters.
No entanto, em comunicado enviado à CNN Portugal, "a REN desmente categoricamente a informação de fonte anônima colocada a circular em nome da empresa, em que se estima que a normalização do abastecimento de energia ao país possa demorar uma semana".
Apagão na Europa foi causado por ciberataque?
A hipótese de um ciberataque foi mencionada ainda cedo pelo ministro Adjunto e da Coesão Territorial português, Manuel Castro Almeida. Entretanto, não foram encontrados indícios de ataque.
"Em grande escala e pela dimensão que tem, é compatível com um ciberataque. Mas é uma informação não confirmada", disse Almeida em entrevista à RTP.
De acordo com o Centro Nacional de Cibersegurança de Portugal, não foram identificados, até ao momento, indícios que apontem para um ciberataque na falha na rede elétrica que afeta Portugal e outros países europeus. A informação foi divulgada pelos jornais portugueses Público e SiC.
Já o Instituto Nacional de Cibersegurança da Espanha, o Incibe, investiga a possibilidade. No momento, segundo o El País, o órgão está analisando dados e indo até centrais de energia para entender o grau da situação.
Apagão na Europa: o que aconteceu?
Na manhã desta segunda-feira (por volta das 7h30min no horário de Brasília), diversos serviços em países como Portugal, Espanha, Itália, França, Polônia e Finlândia foram afetados por uma falta de energia. Relatos em redes sociais e em sites começaram a surgir, detalhando problemas causados pelo apagão.
Conforme jornais locais, o apagão na Europa atingiu também linhas telefônicas e semáforos. Nos aeroportos, os embarques estão sendo feitos "à moda antiga" e o check-in de forma manual.
Apagão na Europa: países afetados
A CNN Portugal relatou que a falha de eletricidade ia do Norte ao Algarve no país. Serviços de telefonia foram afetados pela queda. O Sapo.pt disse que Lisboa, Algarve e Coimbra estavam sem energia e que a internet não funcionava pela nação.
Na Espanha, o El Mundo veiculou que, em Madrid, semáforos foram afetados, o que causou problemas no trânsito da cidade. Estações de metrô precisaram ser evacuadas. O portal disse que a Red Eléctrica Española ativou planos de reposição do fornecimento elétrico.
Conforme a emissora pública espanhola RTVE, uma grande queda de energia atingiu várias regiões do país por volta das 12h30, horário local (7h30 no horário de Brasília), deixando sua redação, o parlamento espanhol em Madri e estações de metrô em todo o país às escuras. Pessoas em chats de WhatsApp em Barcelona e em cidades e vilas da periferia também relataram a falta de energia.
Na França, o portal Euronews frisou que cidades próximas à Espanha ficaram sem energia. O L'Indépendant, por sua vez, relatou que a cidade de Perpignan esteve sem energia por um breve período.
Com informações da Agência Estado, da AFP e da BBC News
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