Telescópio Webb registra show de luzes e explosões em buraco negro no centro da Via Láctea

Telescópio Webb registra show de luzes e explosões em buraco negro no centro da Via Láctea

Novos registros feitos pelo Telescópio Webb observaram eventos caóticos ao redor de buraco negro batizado como Sagittarius A*, no centro da Via Láctea. Entenda

O telescópio espacial James Webb revelou detalhes surpreendentes do entorno do buraco negro supermassivo conhecido como Sagittarius A*, ou Sgr A*, que fica no centro da Via Láctea. Região é pouco conhecida pela ciência, sendo descrita como um show caótico de explosão de luzes. 

Os pesquisadores observaram a região ao redor do Sgr A* por 48 horas em períodos distribuídos entre os anos de 2023 e 2024. O intuito era descobrir a dinâmica do seu disco de acreção Processo astronômico pelo qual uma estrela ou outro corpo celeste atrai para si moléculas de gases ou de qualquer outro elemento interestelar , ou seja, da espiral de gás e poeira que gira ao redor do centro do buraco negro.

É + que streaming. É arte, cultura e história.

+ filmes, séries e documentários

+ reportagens interativas

+ colunistas exclusivos

Os dados foram consolidados em estudo publicado no jornal científico da Sociedade Americana de Astronomia em fevereiro deste ano. As descobertas, porém, seguem encantando a comunidade científica e aqueles interessados pela ciência que estuda os corpos celestes e fenômenos relacionados. 

Telescópio Webb registra explosões surpreendentes em buraco negro no centro da Via Láctea

O telescópio registrou um fluxo intenso e constante de explosões sucessivas ocorrendo ao redor do centro do buraco negro. Enquanto algumas explosões eram apenas lampejos tênues, com duração de poucos segundos, outras se revelaram erupções ofuscantes e brilhantes que ocorriam diariamente.

Quem conduziu o estudo foi Farhad Yusef-Zadeh, astrofísico da Universidade Northwestern, em Illinois.

"Vimos um brilho borbulhante e em constante mudança E então, bum! Uma grande explosão de brilho surgiu de repente. Depois, acalmou novamente. Não conseguimos encontrar um padrão nessa atividade. Parece ser aleatória. O perfil de atividade deste buraco negro era novo e empolgante cada vez que o observávamos"

Embora os astrofísicos ainda não entendam completamente os processos envolvidos na existência de um buraco negro, Yusef-Zadeh compara a atividade ao redor do Sgr A* com o campo magnético do sol, "que se concentra, comprime e então explode em uma erupção solar".

Ainda assim, ele frisa que os processos de um buraco negro são mais dramáticos por causa do ambiente ao redor que é mais energético e extremo, sendo um ponto sem volta para onde todos os corpos celestes sã arrastados e consumidos.

Para efeito de comparação, o Sgr A* possui cerca de quatro milhões de vezes a massa do nosso Sol e está a aproximadamente 26 mil anos-luz da Terra. Um ano-luz é a distância que a luz percorre em um ano — o equivalente a 9,5 trilhões de quilômetros. Desse modo, para se alcançar o Sgr A*, seria necessário viajar por 26 mil anos à velocidade da luz.

O que são buracos negros?

A maioria das galáxias possui um buraco negro supermassivo em seu núcleo, mas o Sgr A* não é tão ativo quanto outros da mesma categoria. Considera-se, inclusive, que ele está em estado de relativo repouso.

Além disso, apesar de serem conhecidos popularmente como “buracos negros”, eles não são realmente buracos espaciais, mas sim concentrações de matéria extremamente concentrada em um volume muito pequeno.

O nome desse tipo de estrutura vem do fato de que sua gravidade é tão forte que "prende" tudo, até mesmo a luz. E como não há emissão de radiação eletromagnética, toda observação de um buraco negro é feita de maneira indireta, seja por raios-X, ondas gravitacionais ou a visualização do seu disco de acreção, como é o caso do Sagittarius A*.

Quantos tipos de buracos negros existem?

Cientificamente, os buracos negros podem ser divididos em duas grandes categorias, de acordo com seu nível e concentração de massa. Na primeira classificação, um buraco negro “normal” é chamado de buraco negro estelar, formado quando uma estrela implode sob sua própria gravidade.

Mesmo com a dificuldade de detectá-los, os cientistas estimam que existam centenas de milhões de buracos negros desse tipo somente na nossa galáxia.

O segundo tipo é conhecido como buraco negro supermassivo, resultado da fusão de vários buracos negros em uma única estrutura. Tais estruturas ainda não são totalmente compreendidas pela ciência, mas geralmente se localizam no centro das galáxias, alimentando-se de estrelas e do gás ao seu redor.

O maior buraco negro descoberto até hoje é chamado TON 618, cuja massa equivale a 40 bilhões de vezes a massa do Sol — ou cerca de 20 vezes o tamanho do nosso sistema solar inteiro.

Confira notícias relacionadas

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar