Israel amplia ofensiva em Gaza para tomar "grandes áreas"

Israel amplia ofensiva em Gaza para tomar "grandes áreas"

Autor DW Tipo Notícia

Ministério da Defesa israelense quer "esmagar" infraestrutura terrorista, para depois incorporar territórios a zonas de segurança nacionais. Familiares temem que medida agrave risco para últimos reféns do 7 de outubro.A operação militar de Israel na Faixa de Gaza está sendo ampliada para ocupar "grandes áreas", informou nesta quarta-feira (02/04) o ministro da Defesa, Israel Katz, em comunicado. A ofensiva no território palestino "se expande para esmagar e limpar a área de terroristas e sua infraestrutura, e ocupar amplas áreas que serão incorporadas às zonas de segurança do Estado de Israel". O perímetro de segurança israelense, ao longo da fronteira ao norte e leste de Gaza, tem sido há décadas um elemento crucial da defesa nacional, com o fim de proteger os cidadãos que vivem nas zonas fronteiriças. Katz apelou aos residentes de Gaza para que "expulsem o Hamas e devolvam todos os reféns". A organização classificada como terrorista ainda mantém 59 indivíduos, de um total de 250 capturados durante os ataques de 7 de outubro de 2023, e dos quais se crê que 24 ainda estejam vivos. Os demais foram devolvidos no âmbito de acordos de cessar-fogo ou outros. O Fórum das Famílias dos Reféns e Desaparecidos declarou-se "horrorizado" com o anúncio de Katz, temendo que a meta de libertação tenha sido "jogada para o fim da lista de prioridades". "Ficou decidido que se vai sacrificar os reféns em nome de 'conquistas territoriais'? Em vez de libertá-los através de um acordo e dar fim à guerra, o governo israelense está enviando mais soldados para Gaza, para as mesmas áreas onde eles têm repetidamente lutado", condenou o grupo representativo. "Emigração voluntária": uma ideia de Trump No fim de março, o ministro da Defesa advertiu que em breve ia "operar com força total" em mais áreas de Gaza. Em fevereiro, anunciara planos para uma agência encarregada de supervisionar a "emigração voluntária" de palestinos de Gaza. A deixa para tal fora uma proposta do presidente Donald Trump de que os Estados Unidos assumissem a administração do território, após a realocação de seus 2,4 milhões de habitantes palestinos. Israel reiniciou os bombardeios intensivos em Gaza em 18 março, antes de lançar uma nova ofensiva por terra, pondo fim a menos de dois meses de cessar-fogo. A Defesa Civil do território administrado pelo Hamas registrou pelo menos 17 vítimas, inclusive crianças, dos bombardeios israelenses contra Khan Yunis e o campo de refugiados de Nuseirat. O Ministério da Saúde local divulgou nesta terça-feira que a retomada das operações militares israelenses já causou pelo menos 1.042 mortes, elevando, assim, o balanço mortal desde o 7 de outubro para 50.399 palestinos, a maioria civis. Alemanha nega participação em "emigração voluntária" O Ministério do Exterior em Berlim desmentiu nesta quarta-feira que o país esteja participando de um esquema de "partida voluntária" de palestinos de Gaza para países terceiros. Antes, o Ministério do Interior israelense declarara que centenas de residentes teriam voado do sul de Israel para a cidade de Leipzig, acompanhados de diplomatas da Alemanha. Nesse contexto, o ministro do Interior, Moshe Arbel, visitara o Aeroporto Ramon, "com o fim de examinar o processo de partida voluntária de habitantes de Gaza para um país terceiro". "Isso é falso", reagiu a pasta alemã de Relações Exteriores na plataforma X: na realidade, ela teria colaborado com as autoridades israelenses para possibilitar o retorno de Gaza de 19 cidadãos alemães e seus familiares próximos, no que descreveu como uma "evacuação de rotina em tempos de guerra". "Desde o começo da guerra em Gaza, o governo alemão tem repetida e intensamente defendido a partida e segurança de seus cidadãos", frisou o Ministério do Exterior da Alemanha. av/cn (AFP,AP)

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