Papa fala de cura após perder sua sétima oração do Angelus
O papa Francisco, que se recupera no Vaticano após mais de cinco semanas hospitalizado com pneumonia grave, pediu aos católicos, neste domingo (30), que vivenciem a quaresma como um "tempo de cura", durante a sétima oração do Angelus, à qual ele não compareceu.
O pontífice argentino, de 88 anos, deixou o Hospital Gemelli, em Roma, no último domingo, após 38 dias de internação por uma pneumonia bilateral que ameaçou sua vida em duas ocasiões.
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Jorge Bergoglio agora deve continuar sua convalescença por pelo menos dois meses, com fisioterapias e sem atividades públicas, disseram os médicos.
Francisco perdeu novamente a oração do Angelus neste domingo, que geralmente é feita ao meio-dia em uma janela do Palácio Apostólico com vista para a Praça de São Pedro. Em vez disso, publicou um texto.
"Queridos, vivamos esta Quaresma, especialmente durante o Jubileu, como um tempo de cura", escreveu ele, referindo-se ao período que antecede a Páscoa, o dia mais sagrado do calendário cristão, que este ano cai em 20 de abril.
"Eu também estou vivenciando isso dessa forma, na minha alma e no meu corpo", acrescentou. E continuou: "A fragilidade e a doença são experiências que nos unem a todos; mas com maior razão somos irmãos na salvação que Cristo nos deu".
A Santa Sé informou, na sexta-feira, que o papa mostrava "pequenas melhoras" e progresso em sua capacidade de falar.
Antes de deixar o centro médico, o papa apareceu em público com aparência debilitada, inchada e com a voz fraca, respirando com dificuldade. Foi a hospitalização mais longa dos seus 12 anos à frente da Igreja.
O jesuíta argentino ofereceu suas orações neste domingo às vítimas dos conflitos na Ucrânia, nos territórios palestinos e em Israel, no Líbano, na República Democrática do Congo e em Mianmar, que foi atingida por um terremoto.
Ele também disse que acompanha "com preocupação" a situação no Sudão do Sul, onde os combates entre facções rivais da guerra civil de 2013-2018 se intensificaram nas últimas semanas.
Francisco também pediu a abertura imediata de novas negociações no Sudão, país devastado pela guerra.
O líder dos 1,4 bilhão de católicos do mundo observou que "graças a Deus, também há acontecimentos positivos". Ele chamou o recente acordo de fronteira entre o Quirguistão e o Tadjiquistão, considerado essencial para a estabilidade na Ásia Central, de uma "excelente conquista diplomática".