Arca da Aliança: documentos da CIA revelam a busca dos EUA pelo objeto

Documentos da CIA revelam que, em 1988, a agência usou técnicas psíquicas para tentar localizar a misteriosa Arca da Aliança

18:00 | Mar. 30, 2025

Por: Caynã Marques
Obsessão dos EUA, a Arca da Aliança é um dos objetos mais procurados por conta da sua importância religiosa (foto: Reprodução/ Universal History Archive)

Documentos da Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA) revelaram uma suposta tentativa de localizar a Arca da Aliança — um dos tesouros mais sagrados do judaísmo — por meio de métodos não convencionais. A informação foi divulgada no último dia 26 de março, pelo Daily Mail.

Os documentos, recentemente desclassificados — ou seja, tornados públicos após um período sigiloso —, mostram que, em 1988, a CIA realizou um experimento como parte de um projeto secreto chamado Sun Streak, com o objetivo de encontrar o artefato perdido utilizando técnicas de visualização remota.

Em um desses experimentos, uma pessoa identificada como Remote Viewer No. 032 foi encarregada de localizar um alvo desconhecido, que, na realidade, era a Arca da Aliança.

Sem qualquer conhecimento prévio do que estava procurando, o Remote Viewer No. 032 descreveu um recipiente feito de madeira, ouro e prata, adornado com imagens de anjos de seis asas e com um formato semelhante ao de um caixão.

Arca da Aliança: Estados Unidos em busca do artefato

"O alvo é um contêiner. O contêiner contém outro contêiner dentro dele", afirmou o Remote Viewer No. 032, segundo o New York Post. O participante do experimento descreveu ainda o objeto como estando "escondido — subterrâneo, escuro e úmido", sugerindo uma localização secreta e inacessível.

O observador também relatou a presença de entidades protetoras, alertando que qualquer tentativa de acesso não autorizado à Arca resultaria na destruição dos invasores por uma força desconhecida.

Além disso, o Remote Viewer No. 032 mencionou que o local parecia habitado por pessoas que falavam árabe e usavam vestes brancas, além de visualizar imagens que indicavam a presença de cúpulas de mesquitas.

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Criado na década de 1980, o Projeto Sun Streak da CIA tinha como objetivo utilizar indivíduos com supostas habilidades psíquicas para localizar alvos distantes apenas com base em coordenadas geográficas.

As descobertas desse projeto alimentaram debates entre historiadores, arqueólogos e teóricos da conspiração.

Arca da Aliança: o que é?

A Arca da Aliança é um baú que, segundo as escrituras judaico-cristãs, continha as tábuas dos Dez Mandamentos, gravadas por Deus para Moisés no Monte Sinai. O artefato é descrito tanto no Tanakh (Bíblia Hebraica) quanto no Antigo Testamento cristão.

De acordo com a tradição, a Arca foi construída pelos israelitas durante sua permanência no deserto do Sinai, após fugirem do Egito. No entanto, a Bíblia hebraica não especifica quando essa fuga ocorreu, e há divergências entre estudiosos sobre se o Êxodo de fato aconteceu.

A Arca desapareceu em 587 a.C., quando os babilônios conquistaram Jerusalém.

Quais seriam seus poderes?

A Arca da Aliança é descrita na Bíblia hebraica como possuindo uma série de poderes extraordinários. Em uma passagem, o Rio Jordão teria parado de fluir para permitir que sacerdotes, carregando a Arca, atravessassem em segurança.

Outras narrativas afirmam que os israelitas levavam a Arca para batalhas, onde seus poderes ajudavam a garantir vitórias contra seus inimigos.

Arca da Aliança: mistérios sobre sua localização

Não se sabe ao certo o que aconteceu com a Arca após a destruição do Primeiro Templo de Jerusalém pelos babilônios.

De acordo com o Livro dos Macabeus, o profeta Jeremias teria escondido o artefato em uma caverna no Monte Nebo, na atual Jordânia, afirmando que "esse lugar permanecerá desconhecido até que Deus reúna seu povo novamente e mostre sua misericórdia" (2 Macabeus 2:7).

Outra teoria sugere que a Arca foi levada para a Etiópia e estaria atualmente guardada na Igreja de Nossa Senhora Maria de Sião, em Axum. Acredita-se que apenas o Guardião da Arca tenha permissão para vê-la.

No entanto, o estudioso Edward Ullendorff, que examinou o artefato durante a Segunda Guerra Mundial, declarou que o objeto guardado na igreja não era a Arca original.