Venezuela anuncia repatriações dos EUA em meio à crise de imigração de Trump

Venezuela anuncia repatriações dos EUA em meio à crise de imigração de Trump

A Venezuela concordou neste sábado em retomar os voos de deportados pelos Estados Unidos, suspensos há um mês, enquanto os governos se acusam mutuamente de boicotar um acordo sobre o assunto alcançado em janeiro. 

O anúncio chega uma semana após a deportação de 238 venezuelanos para o Centro de Confinamento do Terrorismo (Cecot), uma prisão de segurança máxima em El Salvador, incidente que o presidente Nicolás Maduro chamou de sequestro. 

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O ritmo das deportações foi questionado pelo governo Trump, que revogou a licença de operação da petroleira americana Chevron na Venezuela. 

Caracas afirmou na quinta-feira que o Departamento de Estado americano estava "bloqueando" voos de repatriação para o país caribenho. 

"Entramos em acordo para retomar, com o governo dos EUA, a repatriação de migrantes venezuelanos com um voo inicial amanhã, domingo, 23 de março", disse o negociador-chefe do governo venezuelano, Jorge Rodríguez, em um comunicado. 

Os dois países romperam relações diplomáticas em 2019, durante o primeiro governo Trump, que impôs um embargo ao petróleo após considerar fraudulenta a primeira reeleição de Maduro em maio de 2018. 

Washington também não reconheceu a proclamação de Maduro para um terceiro mandato após as eleições de julho de 2024, denunciadas como fraude pela oposição que reivindicou a vitória do exilado Edmundo González Urrutia. 

Os Estados Unidos acusam os venezuelanos levados para El Salvador de pertencerem à organização Tren de Aragua, que surgiu na Venezuela e foi declarada terrorista por Trump. 

O presidente americano invocou uma lei de 1798 que permite a expulsão de "inimigos estrangeiros" sem julgamento. Caracas alega ser "anacrônica". 

O governo Maduro denuncia uma campanha para criminalizar uma migração que, segundo a ONU, ultrapassou 7,5 milhões de venezuelanos desde 2014. Também nega que integrantes do Tren de Aragua estivessem entre os deportados para El Salvador. 

"Migração não é crime e não descansaremos até garantir o retorno de todos que requeiram e resgatar nossos irmãos sequestrados em El Salvador", acrescentou o comunicado. 

Desde fevereiro, cerca de 900 venezuelanos foram repatriados, quase 400 deles dos Estados Unidos e o restante do México, onde ficaram retidos.

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