Confrontos no nordeste do Sudão do Sul deslocam 50.000 pessoas

Confrontos no nordeste do Sudão do Sul deslocam 50.000 pessoas

Cerca de 50.000 pessoas foram deslocadas pelos conflitos no nordeste do Sudão do Sul entre forças governamentais e rebeldes, aumentando os temores de uma nova guerra civil no país, informou a Organização das Nações Unidas nesta terça-feira(18). 

"A violência coloca ainda mais em risco comunidades já vulneráveis e força a suspensão de serviços vitais", disse Anita Kiki Gbeho, representante especial adjunta da missão da ONU no Sudão do Sul, em um comunicado. 

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Gbeho pediu a "todos os envolvidos que permitam que os trabalhadores humanitários cheguem com segurança aos necessitados, especialmente mulheres, crianças e idosos". 

Desde o final de fevereiro, a violência no nordeste do país deslocou 50.000 pessoas, 10.000 das quais tiveram que cruzar a fronteira para a Etiópia, segundo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha) no Sudão do Sul. 

O Condado de Nasir, no estado do Alto Nilo, tem sido palco de semanas de combates entre forças leais ao presidente Salva Kiir e o "Exército Branco", um grupo armado de jovens da etnia nuer liderado pelo vice-presidente, Riek Machar. 

Em 4 de março, "cerca de 6.000 combatentes do Exército Branco" conseguiram tomar um acampamento do Exército do Sudão do Sul nesta região, segundo o IGAD, bloco de estados da África Oriental. 

Na noite de domingo, o Exército do Sudão do Sul realizou ataques aéreos contra posições rebeldes no Condado de Nasir, matando 20 pessoas, a maioria mulheres e crianças, disse à AFP a autoridade do condado James Gatluak. 

No início de março, um helicóptero da ONU que realizava uma missão para resgatar soldados sul-sudaneses foi alvejado, matando um tripulante e um general sul-sudanês. 

O Sudão do Sul entrou em um "retrocesso alarmante que pode desfazer anos de progresso em direção à paz", disse recentemente Yasmin Sooka, presidente da Comissão de Direitos Humanos da ONU no país. 

Desde que conquistou a independência do Sudão em 2011, o país tem sido devastado pela violência, o que o impede de se recuperar da sangrenta guerra civil entre o presidente Salva Kiir e o vice-presidente Riek Machar. 

Este conflito deixou quase 400.000 mortos e quatro milhões de deslocados entre 2013 e 2018, quando um acordo de paz foi assinado, texto agora ameaçado por novos confrontos no nordeste.

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