Ataque de Israel em Gaza mata ao menos 235 pessoas e ameaça cessar-fogo
Ataque é o primeiro desde o acordo de cessar-fogo em 19 de janeiro deste ano. Hamas também responsabiliza dos Estados Unidos pelo ataque
O ataque lançado por Israel contra a Faixa de Gaza na madrugada desta terça-feira, 18, matou ao menos 235 pessoas, segundo hospitais do território palestino. O bombardeio ameaça colocar fim ao cessar-fogo entre o grupo Hamas e Israel que está em vigor há quase dois meses.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, informou ter ordenado o ataque por causa do impasse nas negociações pela segunda fase da trégua. "Israel vai, de agora em diante, agir contra o Hamas com força militar crescente", informou o gabinete do premiê.
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A Casa Branca disse ter sido consultada pelo governo de Israel antes do ataque, que acabou com um período de relativa calma durante o mês sagrado do Ramadan.
Ofensiva põe em risco reféns na Faixa de Gaza, diz Hamas
A ofensiva também levantou questões sobre o futuro de cerca de 12 reféns israelenses que permanecem sob o poder do Hamas desde o início da guerra, em outubro de 2023.
Izzat al-Risheq, um dos líderes do Hamas, disse que a retomada do conflito representa uma "sentença de morte" para os reféns que permanecem na Faixa de Gaza. O militante afirmou ainda que Netanyahu lançou o ataque nesta terça para tentar salvar a coalizão que o mantém no poder em Israel.
O grupo também atribuiu a responsabilidade dos ataques aos Estados Unidos.
"Com seu ilimitado apoio político e militar à ocupação (israelense), Washington tem total responsabilidade pelos massacres e assassinatos de mulheres e crianças em Gaza", afirmou o Hamas em um comunicado.
Na cidade de Rafah, 17 pessoas da mesma família, incluindo 12 crianças e mulheres, morreram ao ter a residência onde moravam bombardeada, segundo o hospital que recebeu os corpos.
Moradores de Gaza recebem ordem de evacuação
Após a noite de intensos bombardeios, o Exército israelense ordenou que os moradores de Gaza abandonem as zonas fronteiriças.
A ordem de evacuação está em vigor "especialmente" para as áreas de Beit Hanoun, no norte da Faixa, Khirbet Khuzaa, Abasan al Kabira e Abasan al Jadida, no sul, que são "zonas de combate perigosas", anunciou na rede social X o porta-voz em idioma árabe do Exército, Avichay Adraee.
Ele também afirmou que os habitantes de Gaza devem seguir "para os abrigos no oeste da cidade de Gaza e na cidade de Khan Yunis".
O ministro israelense da Defesa, Israel Katz, afirmou que o país continuará combatendo na Faixa de Gaza "até que todos os reféns tenham retornado", de acordo com a Agência France-Presse.