Pena de morte por fuzilamento: EUA retomam pena pela 1ª vez desde 2010

Pena de morte por fuzilamento: EUA retomam pena pela 1ª vez desde 2010

A Carolina do Sul realizou sua primeira execução por fuzilamento, marcando o retorno do método aos EUA após 15 anos e a quarta aplicação desde 1977

A Carolina do Sul, nos EUA, executou o condenado à morte Brad Sigmon na sexta-feira, 7, por meio de um pelotão de fuzilamento. Foi a primeira execução desse tipo na história moderna do estado e a quarta no país desde a reinstalação da pena capital em 1976.

Conforme a BBC Brasil, advogados de Sigmon disseram que ele escolheu a morte por fuzilamento, mas que o condenado enfrentava uma escolha difícil: se devia selecionar uma morte violenta por tiro ou uma morte potencialmente torturante por injeção letal, sobre a qual não existem informações adequadas.

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Sigmon, de 67 anos, foi escoltado para a câmara de execução da Broad River Correctional Institution, em Columbia, pouco antes das 18 horas (horário local). 

Três funcionários do Departamento de Correções do Estado posicionaram-se atrás de uma parede com uma abertura retangular, a 4,5 metros de distância.

Assim que Sigmon foi amarrado a uma cadeira, um alvo foi posicionado sobre a região do seu coração.

Condenação à morte e os 23 anos de prisão

Sigmon foi condenado à morte em 2002 pelo assassinato dos pais de sua ex-namorada, Gladys Larke, de 59 anos, e David Larke, de 62, no Condado de Greenville. Ele confessou os crimes.

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Sigmon manteve um relacionamento de três anos com Rebecca Barbare; a relação terminou em 2001. Em um dia de consumo de crack e álcool, ele disse a um amigo que queria se vingar da ex-companheira por “ter terminado com ele aquela forma” e que pretendia “amarrar os pais dela”, segundo registros do tribunal.

Enquanto Rebecca levava os filhos para a escola, Sigmon invadiu a casa dos ex-sogros e os espancou até a morte.

Execução por fuzilamento nos EUA: método aplicado pela 4⁠ª vez

Foi a primeira vez que a Carolina do Sul utilizou um pelotão de fuzilamento para executar um prisioneiro. O caso também marcou o retorno desse método de execução aos EUA após 15 anos – ele havia sido usado pela última vez em junho de 2010, quando o estado de Utah executou Ronnie Lee Gardner.

Desde a reinstalação da pena de morte nos EUA, em 1976, o fuzilamento havia sido utilizado três vezes, todas em Utah.

Sigmon também se tornou o prisioneiro mais velho a ser executado na Carolina do Sul nesse período.

Horas antes da execução, a Suprema Corte dos EUA negou os recursos da defesa para suspender a sentença. O governador Henry McMaster também negou um pedido de clemência, apesar das alegações de Sigmon de que havia se convertido e de ele testemunhar sobre a compaixão de Deus no corredor da morte.

Últimas palavras e ações antes da execução

Em sua declaração final, Sigmon fez um apelo contra a pena de morte:

'Olho por olho' foi uma justificativa usada para que o júri aplicasse a pena de morte”, disse Sigmon, segundo a ABC News. “Naquela época, eu era ignorante demais para entender o quão errado isso era. Por quê? Porque não vivemos mais sob a lei do Antigo Testamento, mas sob a graça do Novo Testamento.”

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Ele citou versículos bíblicos, incluindo Mateus 5:38-39:

“Ouvistes que foi dito: 'Olho por olho e dente por dente'. Eu, porém, vos digo que não resiste ao perverso. Se alguém te ferir na cara direita, oferece-lhe também a outra.”

E Romanos 6:14:

“Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estão debaixo da lei, mas debaixo da graça.”

Última refeição

Antes da execução, Sigmon jantou quatro pedaços de frango frito, feijão-verde, purê de batatas com molho, biscoitos, cheesecake e chá doce, segundo o Departamento de Correções da Carolina do Sul.

Inicialmente, ele havia solicitado três baldes de frango frito – que pretendia dividir com outros prisioneiros do corredor da morte –, mas o pedido foi negado, segundo seu advogado, Gerald “Bo” King.

Na manhã da execução, King fez uma tentativa de última hora para poupar seu cliente, citando seus laços pessoais dentro da prisão como prova de sua reabilitação. Ele também argumentou que Sigmon não deveria ter recebido a pena de morte, pois sofria de problemas de saúde mental na época dos assassinatos.

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