Papa Francisco: biografia, sacerdócio e curiosidades do sumo pontífice
Conheça a trajetória do sacerdote católico Jorge Mario Bergoglio, antes de servir como o papa Francisco, além de fatos curiosos sobre a sua vida
Aos 88 anos, Jorge Mario Bergoglio coleciona muitas façanhas: de uma infância como filho de imigrantes italianos em Buenos Aires ao cargo de arcebispo na mesma cidade em que cresceu. Mas, para o resto do mundo, o argentino talvez seja mais conhecido em outro chamado, e sob alcunha diferente: Papa Francisco.
Antes de sua ascensão como o santo padre da Igreja Católica Apostólica Romana, Bergoglio iniciou o noviciado da Companhia de Jesus em 1958. A decisão o transformaria, décadas depois, no primeiro papa jesuíta na história da Igreja.
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Conheça a trajetória do papa Francisco e os destaques de sua vida no sacerdócio.
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Papa Francisco: nascimento e vocação
Quando Jorge Mario Bergoglio nasceu, em 17 de dezembro de 1936, já compartilhava algumas conexões com o papado. Séculos antes, a data marcou o início do pontificado de Caio, o 28º a ocupar a posição de máxima liderança na Igreja Católica, no ano de 283.
O retorno ao dia 17 de dezembro aconteceria mais uma vez antes de Bergoglio, datando a morte do papa Gregório VIII, no século XII.
De origem italiana, o futuro papa Francisco cresceu nas ruas de Buenos Aires, capital argentina. Em sua autobiografia, intitulada “Esperança", o pontífice descreve a relação entre as memórias da infância e a Segunda Guerra Mundial (1939-1945):
"Se ouvira falar da Primeira Guerra Mundial através dos lábios do meu avô, a Segunda conheci-a em Buenos Aires através dos relatos de muitos migrantes que chegaram após aquela nova carnificina ou para fugir dela”, diz Bergoglio em sua obra, publicada em 2025.

O argentino encontraria a vocação na adolescência, próximo aos 17 anos de idade, em setembro de 1953. A memória foi recordada pelo santo padre durante a Vigília de Pentecostes com os movimentos eclesiais, em 2013.
“Era o ‘Dia do Estudante’, para nós o primeiro dia da primavera – para vocês o primeiro dia do outono. Antes de ir para a celebração passei pela paróquia que frequentava normalmente, encontrei um padre que não conhecia e senti necessidade de me confessar”, revela.
“Depois de fazer minha confissão, senti que algo havia mudado. Eu não era o mesmo. Eu tinha ouvido algo parecido com uma voz ou um chamado. Eu estava convencido de que deveria me tornar padre”, acrescenta.
Papa Francisco: destaques da vida religiosa
A revelação na adolescência o impulsionou ao caminho do sacerdócio. Antes, ingressou no noviciado da Companhia de Jesus em 11 de março de 1958 — cerca de cinco anos já haviam se passado desde a confissão que revelou sua vocação.
A ordenação de Bergoglio como sacerdote veio em 1969, pelo arcebispo dom Ramón José Castellano. Em seguida, deu continuidade à sua preparação em Alcalá de Henares, na Espanha, de 1970 a 1971, segundo informe da Santa Sé.
O mesmo comunicado também destaca que, em 1973, o futuro papa firmou a profissão perpétua aos jesuítas e regressou à Argentina. De volta ao país sul-americano, foi mestre de noviços na Villa Barilari em San Miguel, além de professor na faculdade de teologia, consultor da província da Companhia de Jesus e reitor do colégio.
Em 3 de junho de 1997, foi promovido a arcebispo coadjutor de Buenos Aires. Meses depois, sucedeu o cardeal Quarracino oficialmente como arcebispo, após a morte do religioso, a 28 de fevereiro de 1998.
Bergoglio foi purpurado em 21 de fevereiro de 2001, alcançando o título de cardeal por João Paulo II. Na época, o sumo pontífice lhe atribuiu o título de São Roberto Bellarmino.
Em 2005, o jesuíta argentino participou do conclave que alçou Joseph Ratzinger ao papado, sob o nome de Bento XVI.
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Papa Francisco: ascensão ao papado
Se Bergoglio esteve presente no conclave de 2005, marcando o início de Bento XVI à frente da Igreja Católica Apostólica Romana, também presenciou outra decisão histórica: a renúncia do papa em 2013.
Ratzinger, que começara o papado aos 78 anos, em abril de 2005, permaneceu no cargo até o anúncio do Vaticano sobre a sua abdicação na manhã de 11 de fevereiro de 2013. A renúncia oficial aconteceu 17 dias depois, em 28 de fevereiro.
A escolha de um sucessor recairia, mais uma vez, na apuração do conclave. O resultado foi Jorge Mario Bergoglio, o primeiro papa a adotar o nome de Francisco e o primeiro da América Latina.
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Papa Francisco: o santo padre pela ótica dos fiéis

“Desde o início do papado, o papa Francisco se mostrou acolhedor, pacífico e fez questão de nos mostrar a face misericordiosa de Cristo”, descreve a médica Bianca Bernardes Nogueira ao O POVO. “Para nós, católicos, o papa é o sucessor de Pedro e representa a voz de Deus para a Igreja, daí a sua importância inestimável”.
Bianca relata que, quando começou a namorar o esposo, ambos tiveram a oportunidade de participar de uma excursão à Polônia, para a Jornada Mundial da Juventude. Foi na viagem que conseguiram ver o santo padre pela primeira vez.
“Após o nosso casamento, partimos de lua de mel a Itália e fomos ao Vaticano em busca da benção papal. Quando fomos cumprimentá-lo, a emoção foi tamanha que não conseguimos falar nada do que havíamos preparado”, descreve.
“O papa nos acolheu com um sorriso singelo, abençoou-nos e segurou firme nossas mãos. Meu esposo passou uns cinco minutos olhando para a mão que havia apertado a do papa”, acrescenta. “Foi um sentimento inigualável, um dia inesquecível”.
Papa Francisco: 3 curiosidades sobre o sumo pontífice
Conheça três fatos curiosos sobre a vida do papa Francisco.
1. Trabalho como segurança de boate
O sumo pontífice já compartilhou um trabalho inusitado antes do papado: segurança de boate em Buenos Aires. De acordo com a Catholic News Agency (CNA), o emprego na juventude o auxiliou na tarefa de “guiar os desiludidos para a Igreja”.
2. Filme favorito do papa Francisco
Um dos longas-metragens mais queridos do papa argentino é de origem italiana e já venceu o Oscar na categoria de Melhor Filme Estrangeiro: “La Strada”, de Federico Fellini.
Em gravação produzida pelo Vatican Media em 2024, o sumo pontífice celebrou os 70 anos de lançamento do filme. “Quando menino, assisti a muitos filmes de Fellini, mas ‘La Strada’ ficou no meu coração”, revelou.
3. Sem televisão para o santo padre
Apesar de ter o seu rosto e as suas mensagens televisionados para o resto do mundo, o próprio líder religioso não assiste TV desde a década de 1990. A decisão foi influenciada após uma promessa à Virgem Maria.
“Era 15 de julho de 1990 e algumas cenas de cunho adulto, para dizer o mínimo, estavam sendo mostradas – algo que não fazia bem ao coração”, recordou em entrevista ao jornal La Voz del Pueblo.
“E assim, no dia seguinte, durante a missa da festa da Madonna del Carmelo, jurei nunca mais ver televisão”, completa.
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