Jimmy Carter, ex-presidente dos EUA, morre aos 100 anos

Em 2023, o político começou a ter cuidados paliativos em casa devido a um câncer de pele que se alastrou para o fígado e cérebro

O ex-presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter, morreu neste domingo, 29, aos 100 anos de idade. A informação, preliminarmente divulgada pelo jornal Washington Post, aponta que o político enfrentava problemas de saúde.

Em 18 de fevereiro do ano passado, Jimmy decidiu não receber mais intervenção médica e começou a ter cuidados paliativos em casa devido a um melanoma (câncer de pele) que se alastrou para o fígado e o cérebro. 

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Antes disso, em 2015, Carter enfrentou uma batalha contra um câncer cerebral, da qual saiu vitorioso. No entanto, em 2019 teve outros problemas de saúde e passou por um procedimento cirúrgico para remover a pressão em seu cérebro. 

O político, filiado ao Partido Democrata, atuou como senador e governador do estado da Geórgia antes de ser eleito presidente dos EUA. O mandato (1977 a 1981) foi marcado por uma grave crise econômica e esforços de paz em todo o mundo. 

Após a morte de George H.W Bush, aos 94 anos, Jimmy passou a ser o presidente norte-americano vivo mais velho da história. 

Mesmo depois de deixar a presidência, Jimmy continuou atuando politicamente por meio da Fundação Carter, fundada por ele em 1982. Ele organizou missões diplomáticas pelo mundo, prática que o levou a ganhar o Prêmio Nobel da Paz em 2002. 

Jimmy Carter morreu: quem era o ex-presidente dos EUA?

James Earls Carter Junior nasceu em 1° de outubro de 1924 na cidade rural de Plains, no estado da Geórgia. Seu pai era fazendeiro e homem de negócios e sua mãe, enfermeira. 

Jimmy cursou o ensino básico em uma escola pública local e passou pela Faculdade do Sudoeste da Geórgia e pelo Instituto de Tecnologia do estado antes de se formar em bacharel em Ciência, em 1946, pela Academia Naval dos Estados Unidos.

No mesmo ano casou com Rosalynn Smith, de sua cidade natal. O casal teve quatro filhos. Um dos netos, Jason, foi eleito senador da Geórgia pelo Partido Democrata em 2010.

Na Marinha, Carter serviu em submarinos nos oceanos Atlântico e Pacífico, chegando ao cargo de tenete da corporação. Ele foi escolhido por um superior para ingressar no programa de submarinos nucleares e foi enviado para Schenectady, Nova York, onde se formou em tecnologia de reatores e física nuclear. 

Após a morte do pai, em 1953, ele saiu da Marinha e voltou para a cidade natal, lá assumiu os negócios da família, que abrangiam fazendas e uma empresa de suprimentos rurais. 

Vida política: de líder comunitário a presidente

O ingresso na política teve início quando Carter passou a administrar a educação, o hospital e bibliotecas da cidade, tornando-se, assim, líder da comunidade. 

Em 1962, já filiado ao Partido Democrata, ele ganhou a eleição para o cargo de senador pelo estado da Geórgia, com mandato de dois anos. O político ganhou notoriedade por atacar gastos gastos governamentais e por ser contrário às leis que proibiam os negros de votar. Ele foi reeleito para o posto em 1964.

No ano de 1966 se candidatou para o governo do estado, mas não conseguiu ganhar nem as primárias do Partido Democrata. Ele tentou novamente e venceu em 1970 ao apresentar uma frente mais conservadora, buscando o apoio de defensores da segregação racial. Contudo, no discurso de posse, em 1971, apontou para o fim da discriminação racial no estado. 

Jimmy governou o estado até o ano de 1975 e, durante o mandato, promoveu uma reforma administrativa que reduziu o gasto das agências públicas. O aborto foi legalizado, com restrições no estado, em 1973 após a decisão da Suprema Corte do país. Pessoalmente, Carter era contrário à prática.

Em 1974, quando ainda era governador, Jimmy anunciou sua candidatura à presidência, disputa que ocorreria dois anos depois. Ele ganhou as eleições em 1976, tornando-se o 39º presidente dos EUA no ano seguinte, servindo até o ano de 1981. 

Na gestão, o político enfrentou uma crise econômica e energética no país, bem como o sequestro de 52 americanos em Teerã por iranianos. O aumento dos preços da energia, consequências da crise do petróleo de 1973 e índices altos de inflação também registraram o mandato de Carter. 

Após o fim da presidência, em 1981, Jimmy retornou à cidade natal, retomou o controle dos negócios da família e começou a lecionar.

Em 1982 fundou o Centro Carter, uma instituição sem fins lucrativos que trata de questões nacionais e internacionais de políticas públicas. 

Jimmy continuou ativo politicamente por meio da organização e promoveu ações humanitárias em países como Haiti, Coreia do Sul e nações africanas. 

Em 2002 recebeu o Prêmio Nobel da Paz pela promoção de soluções pacíficas em conflitos internacionais. 

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