Avião explode na Coreia do Sul: o que se sabe sobre o acidente?

Colisão deixou pelo menos 177 mortos e teria sido causada por falha no trem de pouso; autoridades locais estão reunidas na região do aeroporto para respostas rápidas

A explosão de um Boeing 737–800 matou pelo menos 179 pessoas no aeroporto de Muan, na Coreia do Sul, durante a manhã de domingo, 29 (sábado à noite no horário de Brasília).

A causa do acidente ainda não foi oficializada, mas conforme informações da agência de notícias sul coreana Yonhap, investigações preliminares apontam para uma falha no trem de pouso como razão do acidente.

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Duas pessoas ainda estavam desaparecidas nas últimas horas e tiveram a morte confirmada pelas autoridades locais. O POVO separou as principais informações já conhecidas acerca do acidente. Confira:

Número de vítimas

Duas pessoas foram resgatadas com vida e encaminhadas para hospitais da região de Makpo. Sem ferimentos letais, ambos foram encaminhados para unidades de saúde na capital, Seul.

Outros dois passageiros seguiram desaparecidos nos destroços, mas tiveram a morte confirmada por autoridades horas depois. Profissionais envolvidos no resgate têm relatado dificuldade no reconhecimento das vítimas devido à gravidade do acidente.

No momento do impacto, toda a aeronave pegou fogo e pessoas a bordo foram arremessadas pelo lado de fora. "A aeronave foi quase completamente destruída, e é difícil identificar os mortos", disse um oficial da agência de combate a incêndio. "Estamos no processo de recuperação dos restos mortais, o que levará tempo".

Causa do acidente

As autoridades ainda não concluíram de forma oficial a investigação sobre a causa do acidente. Entretanto, informações preliminares indicam que a tragédia pode ter sido causada por uma falha no trem de pouso da aeronave, que não funcionou durante a aterrissagem.

Seis minutos antes da explosão, uma torre de controle do aeroporto identificou uma colisão do avião com pássaros, o que teria danificado o equipamento, fazendo com que ele não concluísse o procedimento de acionamento. Sem a ferramenta, o avião derrapou pela pista e colidiu com um muro de concreto.

Já na segunda-feira, 30, a Coreia do Sul ordenou uma "inspeção completa" de todos os Boeing 737-800 operados pelas companhias aéreas do país. A Coreia tem um forte histórico de segurança aérea e as duas caixas-pretas do voo foram recuperadas.

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Autoridades decretam emergência por 24 horas

Após o acidente, secretários do governo coreano se reuniram com o gabinete presidencial e decretaram sistema de emergência para as 24 horas seguintes ao acidente. A medida tem como objetivo acelerar as respostas à tragédia.

O presidente em exercício, Choi Sang-mok, também se dirigiu até o local para orientar as autoridades regionais, bem como ofereceu ajuda governamental para as famílias dos mortos.

 

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Empresa deverá assumir responsabilidade

Em pedido de desculpas emitido após a divulgação das mortes, o CEO da Jeju Air, Kim E-bae, expressou condolências aos familiares e prometeu prestar o apoio necessário aos enlutados. "Independentemente da causa, assumo total responsabilidade como CEO", afirmou Kim.

O representante da companhia também citou que a Jeju Air dispõe de um plano de seguro no valor de US$ 1 bilhão, que poderá ser usado no auxílio às famílias.

Familiares protestaram no aeroporto

Após a divulgação do acidente, familiares e entes queridos das 181 pessoas que estavam no avião se dirigiram até o aeroporto de Muan para tentar obter informações acerca da tragédia. Entretanto, conforme relatado pela Yonhap, os parentes relataram dificuldades para a obtenção de atualizações sobre o andamento do resgate.

Entre as principais reclamações estavam divergência nos nomes dos 22 mortos identificados até então com listas anteriores divulgadas pelo governo e falta de informações por horas. Alguns familiares também requisitaram ir até o local para reconhecer os corpos, mas não obtiveram autorização.

Passageiro avisou conhecidos sobre colisão com pássaros

De acordo com a agência de notícias local News1, umpassageiro do Boeing 737-800 avisou a conhecidos que o avião teria colidido com pássaros durante o pouso. Conforme a mensagem divulgada, o homem alerta que aves estavam presas à asa do avião e que a aeronave não conseguiria concluir o pouso. Em determinado momento da conversa ele chega a questionar "Devo apenas fazer um testamento?".

Acidente aéreo foi o mais letal da história do país

O acidente tem sido tratado como uma das maiores tragédias da história do país pelo governo vigente da Coreia do Sul. Choi Sang-mok, declarou luto nacional de sete dias, a começar deste domingo.

Seria o acidente aéreo mais letal de todos os tempos em território nacional, segundo levantamento da agência sul-coreana. A explosão do Boeing 737-800 também é a terceiro acidente aéreo mais letal da história envolvendo uma empresa da Coreia do Sul.

À frente dela estão apenas a queda de uma aeronave da Korean Air em Guam no ano de 1997, que registrou 225 óbitos, o abate de um voo da mesma empresa que invadiu o território aéreo russo em 1983, no qual todas as 269 pessoas a bordo morreram.

Sobreviventes estão em quadro estável

Ambos os tripulantes que sobreviveram à explosão eram comissários de bordo do voo. Um homem de 30 anos identificado pelo sobrenome Lee e uma mulher de 25, de sobrenome Koo, foram levados para hospitais em Seul e seguem em tratamento.

Lee está na unidade de terapia intensiva do Hospital da Universidade Feminina Ewha, devido à possibilidade de sequelas como paralisia total do corpo. Já Koo foi encaminhada para Centro Médico Asan, no leste de Seul. Segundo os médicos, o quadro dela é estável, com ferimentos no tornozelo e na cabeça.

"Quando acordei, eu já tinha sido resgatado", teria dito Lee em primeiro contato com os profissionais ao chegar no hospital. O diretor do Hospital da Universidade Feminina Ewha, na capital Seul, Ju Woong, afirmou que o paciente não tem nenhum indício de perda de memória ou risco de morte.

Quem eram os passageiros do Boeing 737–800?

Entre os passageiros que embarcaram no voo até Muan estavam famílias em viagem de fim de ano, pesquisadores, estudantes, servidores públicos e executivos. 

Segundo informações divulgadas pela News1, a maioria das pessoas a bordo eram famílias que realizavam viagens em comemoração ao Natal. Além destes, um idoso que comemorava seus 80° aniversário e seus parentes tiveram as vidas ceifadas na tragédia.

Brasil se manifesta

Por meio do Ministério das Relações Exteriores, o governo brasileiro publicou uma nota, manifestando “profundo pesar” pelas 179 vítimas do acidente.

“Neste momento de consternação, expressamos nossas sentidas condolências às famílias enlutadas e ao povo sul-coreano, reafirmando nossa solidariedade a todos atingidos na tragédia”, diz a nota, atualizada na segunda-feira, 30.

 

Atualizada às 18h49min de 30/12/2024

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