Operação desarticula tráfico de moluscos em Portugal, França e Espanha
Uma operação coordenada pela Europol levou à apreensão de 30 toneladas de moluscos pescados em áreas proibidas devido ao seu alto nível de contaminação, na qual 62 pessoas foram presas em Portugal, França e Espanha, anunciaram nesta quinta-feira (19) as autoridades envolvidas.
A operação também levou à apreensão de seis toneladas de enguias de vidro capturadas ilegalmente, segundo essas fontes, que estimaram o valor total da mercadoria em cerca de 10 milhões de euros (cerca de US$ 10,4 milhões) no mercado ilegal.
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As “organizações criminosas” envolvidas no comércio trabalhavam principalmente com caçadores ilegais de “países asiáticos” que vendiam o marisco “por apenas um euro por quilo”, disse a Europol em um comunicado.
“Os mariscos apreendidos eram provenientes de áreas de pesca restritas e proibidas devido às altas concentrações de contaminantes”, o que poderia levar a ‘intoxicação alimentar’. Isso, por sua vez, poderia levar a “doenças graves, como a hepatite”, disse a Guardia Civil espanhola em uma nota separada.
De acordo com a Europol, essas organizações pescaram principalmente moluscos japoneses, que são muito apreciados pelos consumidores, especialmente durante as festas de Natal, e cuja documentação foi falsificada para apresentá-los como “próprios para consumo humano”.
“A grande maioria dos moluscos veio do estuário do Tejo”, um rio que atravessa a Espanha e Portugal antes de desaguar no Oceano Atlântico, disse à AFP o tenente-coronel Ricardo Alves, chefe da divisão de Proteção da Natureza e do Meio Ambiente da polícia portuguesa.
“Os chefes da rede são cidadãos portugueses”, acrescentou.
Oito das prisões foram feitas em Portugal, disse ele. Outras 19 pessoas foram presas na Espanha, onde “a maioria das empresas visadas” pelo tráfico estava localizada, disse a Guardia Civil espanhola em seu comunicado.
Os moluscos potencialmente contaminados “eram vendidos diretamente a estabelecimentos de alimentação”, sem a realização dos “processos de purificação exigidos”, “reduzindo assim os custos e obtendo maiores lucros”, acrescentaram.
As autoridades especificam em seus comunicados que a operação também foi ampliada para investigar possível “tráfico humano e exploração de mão de obra”.
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