Justiça romena anula eleição após inteligência indicar interferência da Rússia

Calin Georgescu, vencedor do primeiro turno, tem um discurso contra Ucrânia e pró-Putin

O primeiro turno das eleições presidenciais na Romênia foi anulado nesta sexta-feira, 6, após decisão do Tribunal Constitucional da Romênia, a maior instância do judiciário no País. A decisão acontece após denúncias e suspeitas de interferência da Rússia no pleito da Nação europeia.

A segunda rodada do pleito estava até então marcada para o próximo domingo, 8, agora, porém, o novo pleito deve começar do zero, e com datas ainda a serem apresentadas pelo governo. As suspeitas de interferência foram levantadas após o candidato pró-Rússia Calin Georgescu ganhar o primeiro turno mesmo estando com um dígito nas pesquisas antes da primeira rodada do pleito.

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Calin pretendia acabar com a ajuda romena à Ucrânia, e é considerado um candidato de direita radical, critico à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), e elogioso do presidente russo, Vladimir Putin. O candidato não tem partido próprio e faz campanha pelas redes sociais, principalmente TikTok.

De acordo com documentos divulgados pelo principal Conselho de Segurança do País, na última quarta-feira, 4, dizem que o país foi alvo de “ataques russos híbridos agressivos” durante o período eleitoral.

Para o primeiro-ministro do país, Marcel Ciolacu, a decisão do tribunal foi “a única solução correta após a retirada do sigilo dos documentos... que mostram que o resultado da votação dos romenos foi descaradamente distorcido como resultado da intervenção da Rússia” após a divulgação dos documentos pelo Conselho de Segurança do país.

“O processo para eleger o presidente da Romênia será totalmente repetido, e o governo definirá uma nova data e um novo calendário, para as etapas necessárias”, completou o chefe de governo.

Apesar da anulação do pleito, a corte não questionou a integridade do sistema eleitoral romeno, sendo a decisão referente às supostas intervenções russas durante a campanha. Os juízes da suprema corte do país se reuniram na manhã desta sexta-feira, 6, para julgar a denúncia.

Protestos no país contra extrema direita “Vote enquanto pode”

Na quinta-feira, 5, milhares de manifestantes se reuniram com bandeiras da União Europeia em um protesto em Bucareste, na capital do País, contra o candidato de extrema direita, e a favor da candidata de centro Elena Lasconi, que é pró-Europa.

Ela concorria contra a candidata de ultra direita. “Os romenos não devem se deixar enganar, é muito fácil que isso aconteça, você deve entender o que é certo e errado” cineasta romena Irina Margareta Nistor no protesto publicou a CNN. “Vá votar enquanto você ainda pode!” falavam as pessoas no protesto.

Lasconi porém condenou a decisão do tribunal romeno de cassar o pleito e solicitar uma nova eleição. Lasconi condenou veementemente a decisão do tribunal, dizendo que ela era "ilegal, imoral e esmaga a própria essência da democracia". "Deveríamos ter seguido adiante com a votação. Deveríamos ter respeitado a vontade do povo romeno. Gostemos ou não, de um ponto de vista legal e legítimo, 9 milhões de cidadãos romenos, tanto no país quanto na diáspora, expressaram sua preferência por um candidato em particular por meio de seus votos. Não podemos ignorar a vontade deles!", disse ela.

"Eu sei que teria vencido. E vencerei porque o povo romeno sabe que lutarei por eles, que os unirei por uma Romênia melhor. Defenderei nossa democracia. Não desistirei". Para candidata, as suspeitas de interferência russa deveriam ter sido abordada após a eleição ter sido concluída.




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Romênia União Europeia Eleição russia

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