Israel se manifestará na terça-feira sobre cessar-fogo com Hezbollah; EUA diz que acordo está ‘próximo’
16:24 | Nov. 25, 2024
O gabinete de segurança de Israel se pronunciará na terça-feira sobre um cessar-fogo na guerra contra o Hezbollah no Líbano, indicou, nesta segunda (25), um funcionário israelense, enquanto os Estados Unidos afirmaram que um acordo "está próximo".
Os bombardeios israelenses contra redutos do movimento islamista no Líbano se intensificaram nos últimos dias, apesar dos esforços internacionais para negociar uma trégua.
O Hezbollah abriu, em 8 de outubro de 2023, no dia seguinte ao início da guerra em Gaza, uma frente contra Israel em apoio ao Hamas.
Após quase um ano de hostilidades na fronteira, Israel iniciou em 23 de setembro uma campanha de bombardeios contra redutos do Hezbollah e, uma semana depois, começou operações terrestres no sul do Líbano.
Um funcionário israelense, que falou à AFP sob condição de anonimato, afirmou que o gabinete de segurança de Israel "se pronunciará na terça-feira à noite" sobre o cessar-fogo.
Os Estados Unidos avaliaram que um acordo está "próximo", embora as negociações ainda estejam em andamento, e a França relatou um "avanço significativo" nas discussões.
- "Grande erro" -
De acordo com o portal de notícias Axios, o acordo se baseia em um plano dos Estados Unidos para uma trégua de 60 dias, durante a qual o Hezbollah e o exército israelense devem se retirar do sul do Líbano, na fronteira com o norte de Israel, e permitir o envio do exército libanês para a região.
O pacto inclui a criação de um comitê internacional para supervisionar a implementação do acordo, segundo o Axios.
A ONU reiterou nesta segunda seu apelo para que as partes em conflito "aceitem um cessar-fogo".
As mediações estão sendo realizadas com base na resolução 1701 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que pôs fim à guerra anterior entre Israel e o Hezbollah em 2006 e que estipula que somente o exército libanês e os capacetes azuis da ONU podem estar na fronteira sul do Líbano.
Para o ministro israelense de Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir (extrema direita), que não é membro do gabinete de segurança, um cessar-fogo seria "um grande erro".
Dorit Sison, de 51 anos, natural do norte de Israel, também teme um acordo como o de 2006, que, segundo ela, permitiu ao Hezbollah "se rearmar". Agora, "eles têm túneis, foguetes e todas as munições possíveis", disse ela.
- Bombardeios israelenses -
Israel, que também está em guerra contra o Hamas em Gaza há mais de um ano, busca neutralizar o Hezbollah e o grupo palestino, ambos aliados do Irã, seu principal inimigo na região.
Na Faixa de Gaza, Israel prometeu aniquilar o Hamas após a mortal incursão de milicianos islamistas no sul do país, em 7 de outubro de 2023, a qual desencadeou a guerra. No Líbano, busca pôr fim aos disparos de foguetes que o Hezbollah lança contra o território israelense há mais de um ano.
O exército israelense informou que atingiu nesta segunda-feira 25 alvos do Hezbollah nos subúrbios do sul da capital, Beirute, e no sul e leste do Líbano.
Pelo menos 12 pessoas morreram na região de Tiro, no sul do Líbano, segundo o Ministério da Saúde libanês.
O Hezbollah disparou ao menos 30 projéteis contra Israel, segundo o exército israelense, um dia depois de lançar 50 ataques com mísseis e drones contra várias regiões israelenses, incluindo Tel Aviv, um recorde desde setembro.
De acordo com a agência de notícias libanesa, NNA, também ocorreram combates entre militantes do Hezbollah e tropas israelenses no sul do Líbano.
A televisão estatal síria informou sobre bombardeios israelenses em pontes na Síria, perto da fronteira com o Líbano.
Mais de 3.650 pessoas morreram no Líbano desde outubro de 2023, a maioria desde setembro, segundo o Ministério da Saúde local.
Do lado israelense, 82 soldados e 47 civis morreram em 13 meses.
44.235 pessoas morreram em Gaza, devastada após mais de um ano de bombardeios israelenses, segundo o Ministério da Saúde do território palestino.
Combatentes islamistas mataram 1.206 pessoas no ataque de 7 de outubro de 2023, em sua maioria civis, e sequestraram outras 251, de acordo com um balanço da AFP baseado em números oficiais israelenses, que incluem as mortes de alguns reféns tomados pelo Hamas.
Dos 251 sequestrados, 97 ainda estão em cativeiro em Gaza, mas o exército israelense estima que 34 estejam mortos.
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