Critérios da Rússia para uso de armas nucleares não diferem dos adotados por EUA, diz Lavrov
13:09 | Nov. 19, 2024
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, afirmou nesta terça-feira, 19, que os novos critérios para acionamento do arsenal nuclear russo não diferem dos adotados pelos Estados Unidos. Lavrov também afirmou que a Rússia é "fortemente a favor de fazer de tudo para prevenir uma guerra nuclear na Ucrânia". "A atualização da doutrina não significa nada que o Ocidente já não saiba, não adiciona nada diferente da doutrina dos americanos sobre o que fazer com suas armas nucleares", afirmou o ministro russo, em coletiva de imprensa na Barra da Tijuca.
A mudança na doutrina nuclear russa veio por meio de decreto assinado por Vladimir Putin. Ele reagiu à decisão do governo Joe Biden que deu aval para a Ucrânia disparar mísseis ocidentais balísticos de longo alcance, com impacto de até 300 quilômetros de distância.
A autorização já permitiu que Kiev conduzisse um primeiro ataque, reportaram agências internacionais. Ao menos cinco mísseis teriam sido repelidos pela defesa anti-aérea de Moscou.
Lavrov repetiu no Rio as palavras do presidente russo que, semanas atrás, antecipou que qualquer aval dos aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para Kiev disparar mísseis de longo alcance significaria um envolvimento direto deles na guerra, escalando o conflito.
Segundo o chanceler, os disparos contra a Rússia por parte de Kiev significam que são "operados" com assistência militar de especialistas dos Estados Unidos e do Ocidente para guiar os mísseis, como Putin já expressou, por meio de satélites que Kiev não controla. "Vamos encarar isso como uma nova fase da guerra ocidental contra a Rússia", disse Lavrov. "E vamos operar de forma adequada."
Durante coletiva de imprensa no Rio, Lavrov também disse que os russos estão fazendo todos os esforços para evitar uma guerra nuclear.
Ele comparou as declarações do futuro presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que promete encerrar a guerra rapidamente, aos esforços por um cessar-fogo e ao plano de negociação com seis princípios proposto por Brasil e China. "Ele deseja a paz, assim como Brasil e China", afirmou o chanceler.