Executivo cai em golpe de WhatsApp e termina condenado a 24 anos de prisão
Ex-CEO de banco no Kansas é condenado após desviar 47 milhões de dólares para plataforma de criptomoedas e cair em golpe conhecido como "abate de porcos". Perdas levaram o banco à falência. Ele nunca recebeu os valores
12:16 | Nov. 13, 2024
O ex-CEO de um banco no Kansas, Estados Unidos, foi condenado a 24 anos de prisão após desviar dinheiro da instituição para uma carteira de criptomoedas. Os desvios foram cometidos junto de outras pessoas, que posteriormente o enganaram e desapareceram com a quantia.
Shan Hanes, de 52 anos, declarou-se culpado por desvio de fundos de milhões de dólares do Heartland Tri-State Bank, usando transferências eletrônicas ilícitas para várias contas de criptomoedas controladas por terceiros. Os desvios aconteceram em 2023.
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Documentos judiciais revelam que Hanes em transferências eletrônicas em um esquema conhecido como “abate de porcos”. Os valores totalizaram 47 milhões de dólares.
Os promotores afirmaram que a ação levou o banco à falência em julho de 2023. Apontaram também que Hanes comprou criptomoedas com fundos desviados de uma igreja e de um clube de investimentos local.
CEO cai em golpe “abate de porcos”: desvios orquestrados a partir do WhatsApp
De acordo com as acusações, uma pessoa, não identificada à imprensa, começou a debater sobre investimentos em criptomoedas com Hanes no final de 2022, por meio do WhatsApp.
Motivado pelas promessas de ganhos ao investir em criptomoedas, ele teria desviado 30 mil dólares de uma igreja local em janeiro de 2023. Hanes depositou o valor em sua conta pessoal em outro banco para, meses depois, fazer investimentos em criptomoedas.
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Ele também desviou mais 10 mil dólares da igreja em abril de 2023, além de outros 10 mil de um clube de investimentos sediado no Novo México.
Confira cada valor e ordem cronológica dos depósitos por Hanes na plataforma de criptomoedas:
- US$ 5 mil em 17 de maio;
- 3 milhões de dólares por meio de duas transferências de US$ 1,5 milhão nos dias 30 e 31 de maio;
- 3,5 milhões de dólares e 3,2 milhões de dólares em 2 de junho;
- 10 milhões de dólares em 14 de junho;
- 1,4 milhão de dólares em 20 de junho;
- 10,3 milhões de dólares em 23 de junho;
- 3,3 milhões de dólares em 27 de junho;
- 8 milhões de dólares em 5 de julho; e
- 4,4 milhões de dólares em 7 de julho.
As ações dos contatos da plataforma de criptomoedas são características do golpe "abate de porcos". Os golpistas vão ganhando a confiança da vítima e a levando a fazer aplicações em criptomoeda. As promessas são de ganhos; entretanto, os valores não são liberados à pessoa — eis o "abate".
CEO cai em golpe "abate porcos": sumiço do dinheiro
Segundo a denúncia, os fundos do Heartland Tri-State Bank foram transferidos por Hanes para uma bolsa de criptomoedas antes de serem depositados na conta de Hanes em outra bolsa. Ele teria instruído funcionários do banco a realizar as transferências, tendo mentido para eles e para o conselho sobre o propósito dos envios.
A cada desvio, os golpistas insistiam que precisavam de mais fundos para “desbloquear” os supostos retornos dos investimentos, de acordo com registros do Tribunal Distrital dos EUA em Wichita, Kansas.
No entanto, Hanes nunca obteve lucro e perdeu todo o dinheiro que desviou.
Ele ainda tentou, sem sucesso, obter um empréstimo de 69 milhões de dólares de outro banco.
Segundo o Bank Beat, o ex-CEO foi contratado pelo Heartland Tri-State Bank como agente de empréstimos agrícolas em 1993 e nomeado presidente/CEO em 2008. Três anos depois, ele reuniu um grupo de investidores locais para adquirir o banco de sua antiga holding.
Hanes presidiu a Associação de Banqueiro do Kansas em 2022 e atuou no Comitê de Banqueiros Agrícolas e Rurais local de 2015 a 2019.