Primeira imagem de buraco negro da Via Láctea pode ter sido distorcida por erro de análise, dizem cientistas

Cientistas japoneses alertam que ainda não se pode afirmar com certeza como é a aparência real do buraco negro

Uma pesquisa realizada por cientistas do Observatório Astronômico Nacional do Japão (NAOJ) gerou dúvidas sobre a precisão da famosa imagem do buraco negro Sagittarius A* (Sgr A*). A imagem foi capturada em 2022 por um consórcio de telescópios espalhados pelo mundo, o Event Horizon Telescope (EHT).

O estudo, liderado pelo cientista Makoto Miyoshi, sugere que a estrutura em forma de anel visível na imagem pode ter sido resultado de erros durante o processamento dos dados, gerando uma representação que não corresponderia exatamente à verdadeira aparência do buraco negro.

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De acordo com Miyoshi, a imagem do anel pode ter sido criada por falhas na análise dos dados coletados pelo telescópio. Ele acredita que parte da imagem não representa a estrutura real do buraco negro, mas sim um erro causado durante o processo de reconstrução das fotos.

Por que é que é tão difícil conseguir uma imagem do buraco negro?

O EHT já havia feito história em 2019 ao revelar a primeira imagem de um buraco negro, o M87*, localizado em uma galáxia distante. No entanto, capturar a imagem de Sgr A* foi muito mais difícil, já que esse buraco negro é muito menor e mais dinâmico do que o M87*.

O material ao redor de Sgr A* se move a velocidades próximas à da luz, o que torna sua imagem muito instável, mudando rapidamente entre as observações.

Além disso, há a interferência de nuvens de gás e poeira entre a Terra e o centro da galáxia, o que dificulta ainda mais a captação de imagens nítidas. Para superar esses obstáculos, a equipe do EHT usou uma rede de telescópios localizados em diferentes pontos ao redor do planeta, criando uma espécie de telescópio gigante virtual.

Porém, essa técnica não é perfeita e gera lacunas nos dados, que precisam ser preenchidas por algoritmos.

Cientistas alertam sobre a aparência real do buraco negro

Em sua análise, os cientistas do NAOJ aplicaram métodos diferentes dos usados pelo EHT e observaram que o formato do disco de material girando ao redor do buraco negro parecia ligeiramente distorcido, sendo mais alongado de um lado.

Além disso, notaram que uma parte do disco parecia mais brilhante, o que pode ser explicado pelo movimento do material em direção à Terra, um efeito conhecido como Doppler.

Apesar dessa nova análise, os cientistas japoneses alertam que ainda não se pode afirmar com certeza como é a aparência real do buraco negro. Eles sugerem que novas tecnologias e avanços nos telescópios poderão ajudar a esclarecer essas questões no futuro.

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O que é a imagem de um buraco negro?

A imagem de Sgr A* foi a primeira representação visual do buraco negro localizado no centro da galáxia Via Láctea. Ela foi capturada por um consórcio de telescópios, que juntos formam uma rede global chamada Event Horizon Telescope (EHT).

Para criar essa imagem, os telescópios coletam sinais de rádio emitidos pelo material que gira em torno do buraco negro, e os dados são então processados para formar uma imagem.

A estrutura visível na imagem é um anel de luz, que aparece devido ao brilho do material aquecido à medida que é puxado para o buraco negro. Essa captura foi um marco na ciência, pois permitiu que os cientistas visualizassem, pela primeira vez, um dos objetos mais misteriosos do universo.

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