Youtuber ambientalista morre após 30 dias em coma devido a picada de mamba-verde
Considerado "conservacionista da vida selvagem´´, Dingo morreu aos 44 anos em decorrência da picada de uma das cobras mais venenosas do mundo
15:49 | Out. 31, 2024
Graham "Dingo" Dinkelman, youtuber, ambientalista e protetor dos animais, morreu após passar cerca de um mês em coma depois de ser picado por uma das cobras mais venenosas do mundo. Famoso pelo trabalho de preservação realizado na África do Sul com diferentes espécies de animais, Dingo foi picado em casa por uma mamba-verde (Dendroaspis angusticeps).
O sul-africano chegou a ser levado para uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), onde ficou 30 dias em coma, mas não resistiu.
O veneno de mambas é extremamente potente e afeta o sistema nervoso, provocando paralisia respiratória em questão de horas. No caso de Graham, a peçonha da mamba-verde gerou um grave processo alérgico no organismo do youtuber.
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Por conta do choque , ele chegou a ficar em tratamento contínuo durante a internação, mas acabou não resistindo. O ambientalista teve a morte confirmada no sábado, 26, e a notícia começou a repercutir internacionalmente nesta semana entre pesquisadores, ativistas e fãs do youtuber.
Nativa da África, a espécie pode chegar a até dois metros de comprimento, sendo considerada rápida e extremamente perigosa devido ao veneno de sua picada, embora menos agressiva que a mamba-negra, que também pertence ao mesmo gênero Dendroaspis.
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Legado de Dingo, youtuber e ativista especializado em cobras
Tendo mais de 600 mil seguidores no Instagram e 100 mil inscritos no Youtube, Graham "Dingo" Dinkelman era tratador de cobras e habituado a lidar com animais perigosos, tendo trabalhado até mesmo com víboras e crocodilos em seus vídeos.
A esposa de Dingo, Kirsty Dinkelman afirmou que o marido "lutou incrivelmente durante este período tão difícil". Além dela, o tratador deixa três filhos: Taylor, de 14 anos, Maddy, de 12, e Rex, de 9. Kirsty relatou que o marido passou os 30 dias buscando sobreviver para permanecer com a família.
A família é responsável por um "santuário animal" na África do Sul. A Dingo's Farm and Reptile Park (Fazenda e Parque de Répteis da Família Dingo, em tradução livre), em KwaZulu-Natal, conta com diversas espécies de animais, como coelhos, vacas, cobras ,aranhas, araras e crocodilos.
Além de apresentações ao vivo com serpentes, o parque oferece interação mediada dos visitantes com os animais.
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A missão de Graham em vida, youtuber que morrer após passar 30 dias em comas após ser picado por cobra
Autointitulado "conservacionista" dos animais selvagens e do meio ambiente, Dinkelman tinha o lema "Educar, inspirar e proteger" estampado em seus perfis. Em seu portal oficial, Dingo descreveu sua missão como "ajudar diferentes espécies em seu país natal, resgatando as espécies e os auxiliando na recuperação".
Entre os animais que eram resgatados e recuperados por ele incluem leões, hienas, cobras e outras vítimas da ação humana predatória e exploradora do mercado de peles, carne, chifres e mesmo caça.
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A interação do sul-africano com as cobras, muitas delas potencialmente fatais, chamava a atenção dos internautas, seja por curiosidade ou medo.
Em algumas de suas publicações, Dingo mostra momentos em que as cobras manipuladas durante as filmagens tentam o atacar, como alerta do cuidado, preparo e respeito necessário no trato com esses animais.
Semelhanças com Steve Irwin
Dingo era conhecido como "Steve Irwin sul-africano". O apelido era uma homenagem ao especialista em animais selvagens e celebridade televisiva Steve Irwin. O australiano ficou conhecido como "O Caçador de Crocodilos", morto em um acidente com um animal selvagem aos 44 anos.
Assim como Dinkelman, Steve passou a carreira lidando com espécies perigosas. Em 2006, ao nadar na costa da Austrália durante filmagens de um documentário, Irwin se aproximou de uma raia na tentativa de gravar o animal, que o atacou em um comportamento definido por especialistas à época como autodefesa.
Irwin recebeu "centenas de golpes" no peito em poucos segundos, segundo o cinegrafista que o acompanhava no local, e não resistiu aos ferimentos no coração causados pelo ataque.