Arqueólogos encontram evidência de mais de 1.200 anos de gato "amassando pãozinho"

Evidência arqueológica de apenas 3 centímetros tem mais de 1.200 anos e foi gravado num vaso recém moldado na antiga Jerusalém. Confira

18:47 | Out. 25, 2024

Por: David Andrade
O registro ecnotrado no Monte Sião, em Jerusalém, foi datado do ano de 700 d.C. (foto: Reprodução/The Mount Zion Archaeological Expedition/Shimon Gibson)

Um gato feliz passou por aqui! Arqueólogos dos Estados Unidos (EUA), em parceria com o Departamento de Estudos da Terra de Israel e Arqueologia da Universidade Bar-Ilan, encontraram, em Jerusalém, evidências do que pode ser o registro mais antigo já descoberto de um gato "amassando pãozinho".

A escavação identificou uma pegada felina em um pedaço de barro encontrado no Monte Sião. O rastro do bichano mede 3 centímetros e deixa claro que o gatinho, ainda um bebê, se sentiu confortável em eternizar as garras num pedaço de barro moldado há 1.200 anos.

Pegada felina encontrada em Jerusalém evidencia que o animal "amassava pãozinho" durante banho de sol

A marca de garra deixa claro que o gato não apenas passou caminhando por ali, já que quando andam, as unhas dos felinos se retraem na pata, logo, os registros não podem ter sido produzidos apenas pelo caminhar do felino.

Também não há quaisquer evidências de arranhões no local que justificasse um potencial uso do barro para afiar as unhas. Logo, os pesquisadores acreditam que o animal "amassava pãozinho" em um vaso de barro recém-moldado na cidade de Jerusalém, por volta do ano 700 d.C., na era medieval.

É comum que vejamos gatos "amassando pãozinho" em travesseiros, edredons, e em seus respectivos tutores. Mas como seria possível um gato fazer isso em um vaso de barro?

Shimon Gibson, professor do Departamento de História da Universidade da Carolina do Norte, em entrevista ao jornal israelense Haaretz, destaca que "as marcas das garras eram evidentes, cortadas profundamente na argila fresca".

A explicação seria de que o objeto havia sido moldado recentemente e posto para "descansar" ao sol. O bichano, sentindo-se confortável e seguro enquanto tomava banho de sol, cravou as patinhas no barro ainda amolecido, eternizando o registro de um animal feliz.

"Só podemos imaginar que ele ronronava enquanto absorvia a luz solar", completa Gibson ao detalhar a hipótese dos pesquisadores de que o gato teria entrado na vaso posto para secar o sol quando "amaçou pãozinho" provavelmente antes ou depois de uma soneca. 

"A pegada indica que o pequeno gato provavelmente estava reclinado na borda curva do jarro, provavelmente tomando sol", sugere Gibson.

As escavações arqueológicas no Monte Sião em Jerusalém começaram em 2007 e já revelaram diversas interações entre humanos e animais. Pegadas de gatos e aves já foram encontradas em telhas datadas da ocupação romana na Palestina, que durou do ano 6 ao ano 628 d.C.

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Por que gatos "amassam pãozinho"?

O ato de "amassar pãozinho" remonta aos primeiros momentos da vida dos felinos. A ação geralmente é feita no abdômen da mãe gata como forma do bebê dizer que está com fome. Em paralelo, o gatinho ronrona para chamar atenção.

Unindo essas duas condutas, os gatinhos pedem para que a mãe fique quieta para, enfim, poderem mamar.

Mesmo sendo típico da infância, é comum que os bichanos sigam "amassando pãozinho" durante a fase adulta. Entende-se que o comportamento indique que o gato esteja se sentindo calmo e relaxado, tal como durante a infância quando se acomodava próximo à mãe para poder mamar.

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