Guerra de Israel no Líbano? O que sabe e qual a relação do Hezbollah
Motivação do conflito têm origem na aliança de grupos liderados pelo Irã, incluindo o Hamas em Gaza e outros movimentos no Iêmen, Síria e Iraque, além do Líbano.
12:57 | Set. 30, 2024
O conflito entre Israel e Líbano começou há uma semana, em 23 de setembro, com bombardeios das forças israelenses resultando em cerca de 274 civis mortos e mais de mil feridos no país. A tensão se expandiu para o Iêmen nesta segunda-feira, 30.
Hezbollah, o grupo islâmico paramilitar, é o principal alvo dos ataques que atingem o Líbano, inclusive em Beirute, sua capital.
A motivação por trás do conflito entre os países têm origem na aliança de grupos militares liderados pelo Irã que inclui o Hamas em Gaza e outros movimentos no Iêmen, Síria e Iraque, além do Líbano. Entenda melhor o conflito.
Hezbollah representa apoio à Gaza
Os bombardeios aéreos massivos de Israel contra cidades libaneses são desdobramento da campanha militar israelense na Faixa de Gaza, território palestino ocupado por Tel-Aviv.
O conflito entre Líbano e Israel iniciou em outubro de 2023, junto à guerra em Gaza, como uma forma de representar apoio aos palestinos. A tensão na fronteira entre o estado judeu e a nação libanesa foi crescendo nos últimos meses, chegando em um ponto crítico em julho, após a morte do comandante militar do Hezbollah, Fu’ad Shukr, em um ataque de Israel à capital Beirute.
O intenso combate na fronteira obrigou o deslocamento de mais de 80 mil civis israelenses e libaneses, segundo informações da Organização das Nações Unidas.
Com a pressão popular para o retorno às suas casas, Israel tomou como um dos objetivos da guerra devolver os moradores ao local e, por isso, intensificou os ataques contra o Líbano. Por seu lado, o Hezbollah deve manter os ataques até que a guerra em Gaza acabe.
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Ataques mais recentes entre Israel e Hezbollah
Em 20 de setembro, Israel atacou o reduto do Hezbollah na capital libanesa, matando 15 integrantes do grupo e o comandante Ibrahim Aqil, integrante do alto escalão.
Na manhã da última terça-feira, 24, as forças israelenses assumiram ser responsáveis pelo assassinato do líder da unidade de mísseis do grupo, Ibrahim Mohammed Kobeissi.
Como retaliação, o grupo islâmico disparou dois bombardeios contra uma das bases militares de Israel, totalizando cerca de 300 foguetes lançados, segundo o porta-voz das forças israelenses Daniel Hagari.
Não houve mortos, apenas “seis civis e soldados” ficaram feridos, informou o representante.
No último fim de semana, Hezbollah perdeu dois de seus aliados: Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, no dia 27; e o líder do Hamas no Líbano, Fatah Sharif Abu al Amine, no domingo, 29.
Segundo informações divulgadas pelo Hamas nesta segunda-feira, 30, o líder foi morto no bombardeio ao campo de refugiados palestino El Buss, localizado na cidade de Tiro.
Durante o conflito, outros líderes do grupo também foram mortos, dentre eles o comandante das forças Radwan, Ahmad Wehbe; o líder da frente sul, Ali Karaki; e Mohammad Surour, líder da unidade de drones.
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Na madrugada desta segunda-feira, 30, as forças israelenses atacaram o centro de Beirute, deixando mais de 100 mortos. Poucas horas depois, no mesmo dia, mais um dos aliados do Irã no Oriente Médio foi bombardeado por Israel. Desta vez, o alvo foram os hutis, grupo separatista no Iêmen.
Primeira guerra entre Hezbollah e Israel aconteceu em 2006
Em 2006, um ataque do grupo islâmico contra Israel deixou oito soldados mortos enquanto raptou outros dois. O objetivo do Hezbollah com a ação era realizar uma troca de reféns com as forças israelenses, que mantinham libaneses como prisioneiros.
No entanto, a resposta de Israel veio em forma de ataque, muito mais letal do que o do grupo xiita libanês. O conflito durou 34 dias e resultou na morte de mais de mil libaneses e de 164 israelenses.
A resolução proposta pelas Nações Unidas para o conflito, estabeleceu um cessar-fogo e "regras da guerra", que deveriam manter a proporcionalidade em cada combate.
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Hezbollah tem capacidade militar maior que o Hamas
Desde este último confronto, o Hezbollah trabalhou para ampliar seu arsenal e força militar, recrutando novos combatentes para a missão.
Seu principal objetivo é a destruição do que vê como os inimigos do Islã: os Estados Unidos e Israel, além da antiga União Soviética.
Para isso, o Irã fornece treinamento, armas e explosivos, incluindo foguetes de alta potência e longo alcance, capazes de causar estragos efetivos em seu alvo.