Rússia afirma que mudança de doutrina militar é 'advertência' ao Ocidente
O Kremlin afirmou nesta quinta-feira (26) que a mudança na doutrina russa sobre o uso de armas nucleares, anunciada na quarta-feira pelo presidente Vladimir Putin, deve ser considerada "uma advertência" ao Ocidente, em um cenário de tensão desde o início da ofensiva na Ucrânia, em fevereiro de 2022.
"Isto deveria ser considerado uma advertência específica", disse o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov.
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"É um sinal que alerta estes países para as consequências de participarem em um ataque ao nosso país com diversos meios, não necessariamente nucleares", acrescentou.
Putin anunciou na quarta-feira a intenção de ampliar as normas da Rússia sobre o uso de seu armamento nuclear, o que permitiria utilizar estas armas em resposta a um ataque aéreo "em massa".
A proposta também permitiria a Moscou responder com armas nucleares contra Estados não nucleares que recebam apoio de potências nucleares, uma referência clara à Ucrânia e aos seus aliados ocidentais.
A União Europeia (UE) reagiu à proposta, que chamou de "imprudente e irresponsável", nas palavras do porta-voz para política externa do bloco, Peter Stano. "Não é a primeira vez que Putin brinca com seu arsenal nuclear. É claro que rejeitamos estas ameaças com veemência", disse.
Sem mencionar a Ucrânia, Peskov disse que "a dissuasão nuclear da Rússia está sendo ajustada devido a elementos de tensão que acontecem ao longo do perímetro das nossas fronteiras".
As mudanças na doutrina nuclear russa, que somente Putin pode aprovar, coincidem com o pedido da Ucrânia para obter permissão de seus aliados ocidentais e utilizar armas de precisão de longo alcance para atacar alvos dentro da Rússia.
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