Supercentenários: brasileira está entre as pessoas mais velhas do mundo

Supercentenários são aqueles com 110 anos ou mais de idade. Freira brasileira é a segunda nas listas de dois grupos que monitoram e estudam essa população

A freira brasileira Inah Canabarro Lucas, de 116 anos, é a segunda pessoa mais velha do mundo. É o que apontam o Grupo de Pesquisa de Gerontologia (GRG) e o LongeviQuest, que monitoram e estudam os chamados “supercentenários”

Inah nasceu em 8 de junho de 1908, na cidade gaúcha de São Francisco de Assis. De acordo com a bibliografia dela disponível no site da LongeviQuest, a freira era muito magra quando criança e, por causa disso, as pessoas achavam que ela não sobreviveria.

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Ela morou no Uruguai, onde virou freira. Ao voltar ao Brasil, deu aulas de português e matemática. Atualmente, vive em um convento em Porto Alegre.

Conforme o GRG, com sede em Los Angeles, nos EUA, 54 pessoas supercentenárias são monitoradas globalmente. Há apenas um homem nessa lista e ele é o mais jovem do grupo.

O pesquisador polonês do GRG, Waclaw Jan Kroczek, em entrevista ao g1, explica que as mulheres geralmente vivem mais do que os homens por fatores biológicos e comportamentais, pelo estilo de vida e por fatores sociais.

"As mulheres têm dois cromossomos X, enquanto os homens têm um X e um Y. Essa diferença pode fornecer às mulheres uma vantagem genética. Se existe uma mutação prejudicial em um cromossomo X, o outro X pode compensar, reduzindo o risco de doenças genéticas", aponta ao g1.

Mayana Zatz, que coordena o laboratório de pesquisa no Centro de Estudos do Genoma Humano e Células-Tronco da Universidade de São Paulo (USP), concorda com Waclam. "Nos mamíferos não humanos, as fêmeas também vivem mais. Pode ser porque as fêmeas têm dois cromossomos X e o macho só tem um. E evolutivamente, é interessante que a fêmea viva mais para proteger a sua prole."

Kroczek acrescenta que homens são mais propensos a se envolver em comportamentos de alto risco, o que leva a taxas mais altas de acidentes, lesões e mortes.

O Brasil tem mais de 37 mil centenários, de acordo com dados do Censo de 2022. As pessoas interessadas em participar da pesquisa da USP podem enviar um relato para o e-mail [email protected].

Supercentenários: as pessoas com mais de 110 anos

Supercentenários são aquelas pessoas com 110 anos ou mais. Essa é a régua adotada tanto pelo GRG como pelo LongeviQuest, outro grupo de pesquisadores referência no monitoramento e no mapeamento de supercentenários pelo mundo.

A lista do LongeviQuest é maior que a do GRG, com 278 pessoas listadas, pois os processos de verificação podem demorar mais ou menos tempo e dependem, em parte, de que os familiares dos conheçam e contatem os institutos.

Na Índia, país mais populoso do mundo, não há nenhum supercentenário listado. Os pesquisadores acreditam que a ausência seja por desconhecimento e pela dificuldade de validação dos documentos antigos.

As listas dos grupos GRG e LongeviQueste são lideradas pela japonesa, Tomiko Itooka, com 116 anos. Ela é seguida pela brasileira Inah Canabarro Lucas, que é um mês mais nova. Elizabeth Francis, dos Estados Unidos, ocupa o terceiro lugar com 115 anos.

Supercentenários: quem são e onde vivem?

Tomiko Itooka, de 116 anos, nasceu no dia 23 de maio de 1908 no Japão. Trabalhou em uma fábrica têxtil na Coreia do Sul e teve duas filhas e dois filhos.

Ela praticava vôlei na escola. Também tinha gosto por escalar montanhas e até escalou o Monte Ontake (cuja altitude é de 3 mil metros) duas vezes. Atualmente, vive em Hyogo, no seu país natal.

Inah Canabarro Lucas, de 116 anos, nasceu em 8 de junho de 1908 na cidade gaúcha de São Francisco de Assis. Na sua biografia diz que quando criança ela era tão magra que muitas pessoas não achavam que ela sobreviveria. Morou no Uruguai, onde virou freira. Ao voltar ao Brasil, deu aulas de português e matemática. Atualmente vive em um convento em Porto Alegre. 

Elizabeth Francis, de 115 anos, nasceu em 25 de julho de 1909 no estado de Louisiana nos Estados Unidos. Atualmente, vive na cidade de Houston, no Texas. Sua irmã Bertha Johnson viveu até os 106 anos.

Ethel Caterham, de 115 anos, nasceu no dia 21 de agosto de 1908 em Shipton Bellinger, Hampshire. É segunda filha de oito irmãos. Aos 18 anos, se mudou para a Índia, onde viveu por três anos trabalhando como babá para uma família britânica.

De volta ao país natal, se casou e teve duas filhas. Ethel dirigiu até os 97 anos. Atualmente, vive em uma luxuosa casa de repouso em Ash Vale, Surrey, onde há até um jardim nomeado em sua homenagem. Uma de suas irmãs também passou dos 100, tendo atingido os 104 anos.

Okagi Hayashi, de 115 anos, nasceu no dia 2 de setembro de 1909 no Japão. Até os 80 anos, gostava de fazer viagens a fontes termais e jardinar com amigos. Praticou caligrafia até os 90 anos. Aos 112 anos, ela ainda conseguia ler jornais e gostava de completar quebra-cabeças.

John Tinniswood, de 112 anos, nasceu em Liverpool, na Inglaterra, em 26 de agosto de 1912. É oficialmente o homem mais velho do mundo, segundo a lista do GRG e do "Guiness Book". Segundo a BBC, ele mora em um lar para idosos na cidade de Southport, perto de sua cidade natal.

Era responsável pelas finanças em um posto administrativo do Corpo de Pagamento do Exército, responsável por assuntos financeiros e contador da Shell e da BP. Teve um único casamento (que durou 44 anos, até a morte da esposa) e uma única filha.

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