Hezbollah anuncia que um segundo comandante morreu no bombardeio israelense perto de Beirute

O Hezbollah anunciou neste sábado(21) que um segundo comandante foi morto no bombardeio israelense na sexta-feira(20) perto de Beirute, no qual mais de 30 pessoas morreram, um duro golpe para o movimento islamita libanês após as explosões de seus dispositivos de comunicação. 

A ONU declarou-se "muito preocupada" com a situação e apelou a "todas as partes para uma desescalada imediata" e "máxima contenção", enquanto a guerra na Faixa de Gaza avança em direção ao Líbano. 

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No território palestino, sitiado desde o início da ofensiva de Israel contra o Hamas há quase um ano, a Defesa Civil anunciou neste sábado a morte de pelo menos 19 pessoas em um bombardeio israelense contra uma escola na Cidade de Gaza, abrigo de deslocados. 

O Exército alegou que o ataque visava combatentes do movimento palestino. 

No norte de Israel, na fronteira com o Líbano, a tensão aumentou e as trocas de tiros entre o Exército israelense e o Hezbollah, aliado do Hamas, intensificaram-se. Neste sábado, ambos anunciaram disparos contra posições do outro lado. 

Na sexta-feira, um bombardeio israelense em um subúrbio ao sul de Beirute, reduto do movimento islamista, deixou 31 mortos, incluindo três crianças, e 68 feridos, segundo um relatório oficial libanês. 

Uma fonte próxima do Hezbollah indicou que o bombardeio foi dirigido contra sua força de elite, a unidade Radwan, que estava em reunião em uma área subterrânea. 

O ataque matou 16 de seus membros, entre eles, Ibrahim Aqil, chefe da unidade, além de um segundo comandante. 

Segundo o Hezbollah, trata-se de Ahmed Mahmud Wahbi, que dirigia as operações militares da unidade Radwan em apoio ao Hamas. 

Este é o terceiro bombardeio no subúrbio ao sul de Beirute reivindicado ou atribuído a Israel desde o início da guerra em Gaza, em 7 de outubro.

- Cenas de caos -

Os Estados Unidos ofereciam uma recompensa de sete milhões de dólares (387 milhões de reais na cotação atual) por informações sobre Ibrahim Aqil, considerado um "membro principal" da organização que assumiu a responsabilidade pelo ataque à embaixada americana em Beirute, em 1983, que deixou 63 mortos. 

Um fotógrafo da AFP viu um prédio completamente destruído no local do ataque na sexta-feira e socorristas retirando as vítimas em meio ao caos. 

O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, denunciou o ataque a uma área residencial, o que "prova mais uma vez que o inimigo israelense não tem consideração humanitária". 

O Irã condenou "uma violação flagrante do direito internacional,da soberania, integridade territorial e da segurança nacional do Líbano". 

A operação de sexta-feira seguiu duas ondas de explosões de dispositivos de comunicação usados por membros do Hezbollah, que entre terça e quarta-feira deixaram 37 mortos e cerca de 3.000 feridos nos redutos da milícia no Líbano. 

O chefe do grupo islamista, Hasan Nasrallah, acusou Israel pelas explosões e prometeu "punição justa".

- "Semear o terror" -

Israel não comentou estes ataques, que ocorreram na periferia sul de Beirute, no sul e leste do Líbano, três redutos do Hezbollah. 

O alto comissário da ONU para os direitos humanos, Volker Türk, alertou que o direito internacional "proíbe" o uso de dispositivos "explosivos" que aparentam "inofensivos" e considerou "um crime de guerra cometer atos de violência destinados a semear o terror entre a população civil". 

Após o bombardeio de sexta-feira perto de Beirute, o Exército israelense garantiu que não pretendia aumentar as tensões regionais. 

"Não pretendemos uma escalada na região", declarou o porta-voz militar Daniel Hagari. 

Até agora, os principais objetivos de Israel eram a destruição do Hamas, no poder em Gaza desde 2007, e o retorno dos reféns ainda detidos no território palestino.

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