Panamá registra aumento de imigrantes asiáticos na selva do Darién

O Panamá detectou um aumento no número de imigrantes asiáticos, principalmente chineses, que cruzam a inóspita selva do Darién rumo aos Estados Unidos, informou o presidente José Raúl Mulino nesta quinta-feira (19).

"Reduzimos o fluxo [total de migrantes pelo Darién], mas apareceram cidadãos do Nepal e da China em maior número nos últimos acessos", disse Mulino durante sua coletiva de imprensa semanal.

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Ele anunciou que seu governo busca alcançar um acordo com Pequim para poder repatriar os chineses que chegam através do Darién. A selva, situada na fronteira com a Colômbia, se tornou um corredor para os migrantes que, a partir da América do Sul, tentam chegar aos Estados Unidos.

O número de migrantes chineses que cruzaram a selva passou de 296 no período de 2010 a 2019 para mais de 12.000 em 2024, segundo números oficiais panamenhos.

Além disso, mais de 1.300 nepaleses entraram no Panamá este ano pelo Darién. De 2010 a 2023, foram 12.783.

Desde que Mulino assumiu o poder em 1º de julho, o Panamá deportou mais de 200 migrantes colombianos, equatorianos e indianos no âmbito de um acordo com os Estados Unidos, que financia os voos.

"Estamos no processo de regularizar o voo [de deportados] para a China", afirmou Mulino.

Em 2023, mais de 500 mil pessoas cruzaram a selva panamenha, onde enfrentam perigos como rios caudalosos, animais selvagens e quadrilhas criminosas que cometem roubos, estupros e assassinatos, segundo organizações humanitárias internacionais.

Este ano, pelo menos 241.000 migrantes cruzaram o Darién, em sua maioria venezuelanos.

O governo panamenho prevê uma redução considerável no número de migrantes na selva este ano, em comparação a 2023, devido ao fechamento de algumas rotas e aos voos de deportação.

As autoridades panamenhas desmantelaram há um mês uma organização que se dedicava ao tráfico de migrantes por uma "rota VIP" no Darién, utilizada principalmente por chineses.

Esta trilha, pela qual os chineses pagavam aos 'coiotes' de 6.000 a 8.000 dólares (R$ 32,5 mil a R$ 43,3 mil), exigia um tempo menor de travessia e oferecia menos perigos do que outras rotas utilizadas pelos migrantes, segundo o Ministério Público panamenho.

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