Novas imagens do Titanic mostram avanço de bactéria que "come ferrugem" e pode fazer destroços sumirem até 2035
Pesquisadores afirmam que o navio poderá desaparecer em meados da década de 2030 devido a ação de uma bactéria que come ferrugem. Veja vídeo
19:18 | Set. 13, 2024
Há 112 anos repousa no fundo do mar os destroços do Titanic. Mais de um século e uma década depois, novas imagens revelam os avanços da deterioração do navio, isso numa profundidade de mais de 3.800 metros.
Fotografias impressionantes mostram que parte da proa do mais famoso transatlântico da história desabou e revelam detalhes da deterioração acelerada dos destroços que ainda restam no leito do oceano.
O naufrágio que durou cerca de 2 horas e 20 minutos e que vitimou mais de 1.500 pessoas na madrugada de 15 de abril de 1912 foi imortalizada graças ao filme de 1997, dirigido pelo cineasta James Cameron.
No longa, a do Titanic foi cenário de uma das mais famosas cenas da sétima arte. Lá, Jack (Leonardo DiCaprio) e Rose (Kate Winslet) se beijam pela primeira vez no local, criando um momentos mais memoráveis da história do cinema.
Os mais de cem anos debaixo d'água geraram forte corrosão na estrutura metálica da embarcação. Filmagens captadas por um robô submarino mostram que parte do corrimão de proa do navio já não está mais lá.
As novas imagens foram publicadas pela empresa RMS Titanic Inc, confira:
Confira o novo vídeo do Titanic no fundo do mar
Corrimão de proa do navio caiu devido a corrosão por bactérias que se alimentam de ferrugem
O pedaço de mais de 4 metros do corrimão de proa do Titanic desabou "em algum momento nos últimos dois anos", afirma Tomasina Ray, diretora do acervo da empresa RMS Titanic Inc, que tem os direitos legais da exploração do campo de destroços do navio.
Segundo ela, na expedição de 2022, parte do corrimão ainda estava no lugar de origem, mas já apresentava sinais de que cairia em breve. Imagens publicadas no início de setembro de 2024 já mostram que a grade, hoje, está no fundo do mar.
A deterioração do navio se dá, principalmente, devido às bactérias Halomonas titanicae que devoram o ferro retorcido do navio. Esta espécie se alimenta de ferrugem e é capaz de suportar as mais inóspitas situações, como a forte pressão do fundo do oceano, a eterna escuridão e a alta salinidade.
Estudos de 2019 preveem que o microorganismo "coma" o Titanic por completo até meados da década de 2030.
Local dos destroços do Titanic apresenta grave perigo à vida humana
O principal fator de risco presente no campo de destroços do Titanic é a pressão da água. No local onde o navio está a pressão ao redor é 390 vezes maior do que na superfície. Toda e qualquer forma de vida humana não sobrevive à esta condição.
Quando expostos a essa situação extrema, o corpo humano entra em estado de implosão, que é um colapso em direção ao centro do objeto.
No caso do submarino Titan, que ruiu em junho de 2023, todo o evento da implosão ocorreu em 20 milissegundos. Para efeitos de comparação, o tempo que o cérebro humano leva para reagir a um toque é de 150 milissegundos.
O Titanic se encontra num local chamado "" ou "zona da meia-noite". Este nome se dá devido à completa ausência de luz solar no ambiente. Aliado a estes fatores, estão também as correntes submarinas que são capazes de arrastar seres vivos e objetos mais leves para qualquer direção.
Das vezes em que humanos desceram aos destroços do Titanic, pesquisadores se utilizaram de submarinos resistentes à pressão da água. A primeira pessoa a encontrar os destroços no fundo do mar foi o estadunidense Robert Ballard, em 1985.
O cineasta James Cameron, diretor do filme Titanic, desceu ao navio mais de 30 vezes em toda sua vida.
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Pequena estátua presente no navio foi reencontrada e será trazida de volta à superfície
Após se chocar contra um gigantesco iceberg na madrugada entre os dias 14 e 15 de abril de 1912, o Titanic naufragou por completo em pouco mais de 2 horas após o impacto. Das mais de 2.200 pessoas a bordo, apenas 710 sobreviveram.
Os escombros do navio estão a cerca de 650 quilômetros ao sudeste da ilha de Terra Nova, no Canadá.
Antes de afundar, a colossal embarcação quebrou-se em duas partes devido à forte pressão ocasionada pela força da água e pelo peso dos motores. Mesmo com toda a destruição, artefatos submersos há mais de um século ainda permanecem intactos.
A nova expedição realizada às ruínas do Titanic revelou imagens de uma estátua de bronze, de apenas 60 centímetros, da deusa Diana ainda preservada. Acredita-se que a peça foi arrancada de seu lugar no momento em que o navio partiu-se em dois.
James Penca, pesquisador do Titanic, afirmou que tem planos de voltar aos destroços do navio em 2025 para retirar a estátua do fundo do mar.
"Trazer Diana de volta para que as pessoas possam vê-la com seus próprios olhos, despertar o amor pela história, pela conservação [...] eu nunca poderia deixar isso no fundo do oceano", disse em entrevista à BBC.