Milhares de universitários protestam contra reforma judicial no México

Milhares de estudantes de universidades públicas e privadas do México foram às ruas, neste domingo (1º), em protesto contra uma reforma judicial impulsionada pelo governo que, segundo seus críticos, poderia pôr em risco a independência deste poder do Estado.

Ruidosos contingentes de importantes universidades, como a pública UNAM ou a privada Universidade Ibero-americana, se reuniram ao redor da emblemática estátua do Anjo da Independência, no Passeio da Reforma, centro da capital mexicana, para seguirem até a sede do Senado da República, na mesma avenida.

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Repetindo palavras de ordem, como "México, acorda, somos a tua defesa!" e cartazes com frases como "a justiça não se vota", os estudantes, majoritariamente de direito, expressaram seu repúdio à proposta de que todos os juízes e magistrados sejam eleitos pelo voto popular, um dos aspectos mais controversos da reforma.

"Nós, jovens e estudantes, apoiamos o Poder Judiciário", disse um dos oradores no encerramento da manifestação.

"Nós, jovens e estudantes não somos manipulados, ninguém engana os jovens e os estudantes!", acrescentou o líder estudantil, respondendo a comentários do presidente, Andrés Manuel López Obrador, que esta semana disse que os universitários estão sendo manipulados por seus professores para protestar.

O presidente esquerdista, principal impulsionador da iniciativa, alega que a medida visa a acabar com os privilégios do Judiciário que, assegura, está a serviço das elites. Seus críticos afirmam que politizará a justiça e minará sua independência.

Para os Estados Unidos, principal parceiro comercial do México, a reforma representa um "risco" para a democracia e "ameaça" o acordo comercial (T-MEC) vigente entre os dois países e o Canadá, afirmou o embaixador Ken Salazar, uma posição apoiada pelo Departamento de Estado americano.

Em resposta, López Obrador decretou uma "pausa" em sua relação com Salazar, que - afirmou - não se estende ao conjunto da administração de Joe Biden.

O protesto ocorreu quase simultaneamente à multitudinária apresentação do último informe do governo em fim de mandato de López Obrador, com a participação de cerca de 5.000 pessoas, segundo números da polícia da capital, citados pelo jornal local Reforma.

jla/llu/mvv

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